
A Páscoa tem outro sabor na aldeia…. sexta-feira meti-me ao caminho até S. Paio. À minha espera tinha um belo bacalhau com grão (nada de carne…) e folares quentes!!! A minha mãe já tinha os folares amassados e estavam a sair do forno… maravilha! Tradições que não se perdem…
No sábado, o ponto alto foi mais um serão do torneio de sueca que continua a decorrer na Associação. Sempre aquele momento de rever algumas pessoas, beber umas mini’s (e aqui tive a companhia do "nosso euro-emigrado” António Costa) e saborear um “pica-pau”. Algumas surpresas este ano (também não podem ser sempre os mesmos a ganhar!), o nosso Rei do Míscaro e Rei das Silvas, candidata-se agora também a ser o Rei da Sueca! Veremos para o próximo sábado, com a final do Torneio! Se dentro da Associação se estava bem, o mesmo já não se pode dizer do tempo cá fora. As noites ainda estão frias e com algum vento que se fazia sentir, a situação ficava agreste!
No domingo, com a manhã começava também a Visita Pascal / Boas Festas. Devido à localização da minha casa, sempre fui um dos primeiros a receber as pessoas que se dispõem a realizar tão antiga tradição! Um dia importante do calendário religioso, que serve também para juntar famílias. Longe vai o tempo em que o Prior visitava todas as casas. Se não estou em erro, o último que o fez foi o Padre Samelo, sempre ímpar na disponibilidade para com o próximo, na entrega à sua missão de levar Cristo a todos os lugares em todos os momentos. Lá dividiu a Visita Pascal por vários fins-de-semana e conseguiu ir a todas as casas nas várias freguesias que tinha a seu encargo.
Confesso que há uns anos valentes, chegaram a arrancar-me da cama para vir beijar a Cruz. Ainda no tempo em que se lançavam foguetes, muitas vezes, só o som destes a rebentar me fazia saltar da cama, vestir algo por cima do pijama, passar 2 gotas de água na cara e arrastar-me até à sala. Normalmente acontecia depois de mais uma noitada. Hoje já comporto-me que nem um homenzinho…
Este ano, fiquei muito contente ao ver uma jovem com a caldeirinha da água-benta na mão. Usualmente esta tarefa era atribuída aos miúdos, normalmente filhos de alguém que levava a Cruz, mas este ano tal missão estava entregue à Ti’Graça “do Elias”… Muito bem! Houve um ano, era eu miúdo que descobri que a torneira do fundo do pátio lá de casa também jorrava água-benta! Isto porque o rapaz que levava a caldeirinha, ao saltar da carrinha de caixa aberta que os transportava, tropeçou e entornou a água toda... Ora, desenrascou-se e foi direito à torneira do fundo do pátio. Nem me recordo quem era, mas já lá vão uns 20 anos!
Como de costume, interrompeu-se a Visita Pascal para a celebração da Sagrada Eucaristia, e depois desta, concluiu-se a tradição.
Fica aqui a foto de grupo!
Um abraço,
JC
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