segunda-feira, 27 de junho de 2011

FALECEU O ANTÓNIO BANDEIRA!

Partiu para outras paragens desconhecidas, no entanto o seu corpo já um pouco cansado e velhote, regressou à terra que há muitos anos atrás, ele adoptou para viver. Fazendo vida de “caseiro” e junto com um irmão gémeo falso, por aqui começou a sua luta, na altura bem difícil! Com uma postura brilhante e honesta, de sabedoria restrita à experiência da vida, dado que as letras mal as conhecia, por aqui foi fazendo a sua vida até que procurou outros rumos e a exemplo de milhares e milhares de Portugueses, emigrou para França, tentando dar um outro futuro aos seus filhos.

No dia 13 de Junho disse aqui no blog, que estava à espera dele, mas, infelizmente, já não o voltei a ver. Hoje foi a enterrar no cemitério da sua terra e nem aí o pude acompanhar infelizmente. É triste dizer adeus a um amigo, mas mais triste ainda, é não ser capaz de aceitar o sofrimento, porque passam os nossos amigos, não ser capaz de acreditar, não ser capaz de abrir um sorriso a quem espera por ele, não ser capaz de alimentar uma esperança, não ser capaz de sentir a verdade, quando ela dói em demasia.

O Bandeira, homem de trabalho, de dedicação à família, homem daqueles à moda antiga, acabou por ser traído por uma doença, que não era a que o trazia mais preocupado. Depois de operado ao coração, reviveu para a vida como se fosse um homem novo, mas infelizmente, algo ainda mais grave ditou o seu destino e agora junto de Deus pede por nós, espera por nós, na paz que conquistou terra.

Foi nosso Juiz na Irmandade Nossa Senhora das Neves, meu amigo, reservado no trato, protector da família, cauteloso nas decisões, com alguma mágoa por não saber escrever mas, sempre participativo, amigo do seu amigo e um lutador e que não merecia por isso, ser derrotado desta forma inglória, contudo o controle dessa parte que é o final da nossa vida, não é nosso, é de alguém que vai apagando e acendendo as luzes, controlando tudo com sabedoria infinita.

E agora Bandeira, nada mais há a fazer, simplesmente acabar por soltar uma lágrima ou outra, ainda esquecida num canto do olho, rezar para que esteja junto dos bons e tentar que o seu exemplo de homem de paz e harmonia, de homem honesto e trabalhador, de homem simples e humilde, se mantenha por cá entre nós e que os que lhe foram mais próximos mantenham no respeito da sua memória, todas estas virtudes que lhe eram particulares.

Descansa em paz amigo Bandeira e que as lágrimas já de saudade, corram aos teus pés numa homenagem destes amigos e familiares que contigo conviveram e que já sentindo a tua falta sabem que Deus te deu a paz que merecias.

À esposa, filha, filhos, netos, bisnetos, noras e genro e restante família, o blog de São Paio de Mondego envia os mais sentidos pêsames e eu em particular, só consigo humildemente pedir desculpa, por não vos ter acompanhado mais de perto nestas horas tão difíceis, mas infelizmente, sabem como sou e como fiquei de há uns anos para cá.

* por António Catela
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Uma nota: a foto que coloquei neste texto mostra um local onde eu (Jorge) me habituei desde miúdo a ver o ti' Bandeira: a sua vinha no Val-das-Casas (com S. Paio ao fundo). Um símbolo que mostra a dedicação e a vida de um homem a um pedaço de terra que era a sua "menina" querida. Certamente irei muitas vezes à varanda e relembrar a sua imagem quando por lá andava... e continuará a andar!

Um abraço,
JC

sexta-feira, 17 de junho de 2011

DIA DA ESPIGA 2011 - FOTOREPORTAGEM

Meus amigos,

Hoje volto ao blog para vos mostrar como foi a merenda no arraial das Ermidas na 5ª feira de Espiga.

Já há uns anos que algumas famílias e amigos se juntam ao final de tarde para confraternizarem e comerem uma “bucha”! Um hábito que, como já foi aqui referido em anos anteriores, é muito antigo. Só mudou de localização…

Há uns tempos ouvi dizer (uiii… isto escrito assim é perigoso!) que algumas pessoas de fora da terra achavam uma certa piada (no bom sentido) à nossa maneira de estar no dia-a-dia e que, por qualquer coisa ou mesmo sem razão, fazíamos um almoço, um jantar ou mesmo só a merenda. E que viam que tinha sempre entusiastas e que a povoação participava em peso. A vida é assim! E também não me esqueço que há 4 anos, fui a uma merenda destas de mãos vazias (leia-se que não levei nem comida, nem bebida), fiz-me de convidado (ou melhor, forcei o convite) e deve ter sido um dos melhores convívios em que participei em S. Paio. E andei uns tempos de dieta… assim, uma manhã!

Neste caso, na data que se faz esta merenda há um simbolismo forte de uma tradição que sou totalmente a favor da sua preservação. Assim como sou a favor das Festas, da matança do porco em casa, das salgadeiras antigas, dos fumeiros (bom tema para um post…), dos peixes do rio de escabeche, de semear batatas, couves, cebolas e afins, etc., etc., etc., tudo isso faz parte da minha história, faz parte da riqueza que a nossa terra tem. Claro que a maior riqueza são as pessoas, e delas temos de cuidar em primeiro lugar!

Fica aqui uma amostra do que foi o final de tarde nas Ermidas!


Um abraço,
JC

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Inclinações...

Meus amigos,

Hoje vou falar-vos de inclinações e apagões! Nas cidades é um fenómeno que já tem acontecido. Eu próprio já tive um apagão na zona onde vivo devido a um pequeno incêndio ocorrido na Central Eléctrica. Há uns tempos não houve um grande apagão devido a umas cegonhas?

Em S. Paio não temos cegonhas, mas temos (felizmente!!!) uma espécie chamada de pinheiro bravo! Umas árvores simpáticas que ultimamente são assunto de muita escrita e palavras devido ao nemátodo, sobre o qual nunca falei mas que um dia destes havemos escrever umas linhas e mostrar umas fotos do bicho e dos estragos que ele faz, tiradas pelo Zé Alberto.

Mas voltando ao pinheiro, a árvore por norma cresce na vertical, depois podem sofrer desvios por causa do vento e da sustentabilidade das suas raízes na terra. Olha, é o que está a acontecer com um pinheiro na estrada que vai para a Gândara de Cima, onde o dito pinheiro já está quase a arrancar-se e a tombar. Resumindo. já está com uma inclinação brutal...

O problema não será grande se com a queda do mesmo ninguém se aleijar, mas se ele cair vai arrastar o cabo eléctrico que leva a electricidade até à casa do Zé Sevilho! A situação pode ser complicada…

Chamar a EDP para baixar o cabo e assim se poder cortar o pinheiro em segurança, talvez seja uma alternativa viável… Fica o alerta!

Um abraço,
JC


segunda-feira, 13 de junho de 2011

À ESPERA DE VOCÊS...

Estou quase a chegar aos cinquenta anos e agora me apercebo cada vez com mais evidência, que nesta aldeia pequenina onde apareci por acaso e que conheci com outro nome, um nome bem mais bizarro, estão grande parte dos amigos da minha vida. Aqueles, que de uma forma ou de outra me acompanharam ao longo dela, da qual fizeram parte, que me entusiasmaram, que me ajudaram, que me levantaram a moral quando foi preciso, estão agora a ficar velhotes e isso traz o despertar das doenças, a falta do sorriso, o afastamento, a solidão.

Escrevo estas linhas, para dedicar algumas palavras que trago dentro de mim, a dois amigos especiais e que passam nesta altura por momentos terríveis e que enfrentam a doença em hospitais. Escrevo-lhes estas palavras de forma tão visível, porque não sinto coragem para lhes dizer pessoalmente o que me vai na alma. Não sou capaz de os ir ver aos hospitais, mas vou sofrendo em silêncio na escuridão dos momentos de solidão que tenho e vou perguntando pela sua saúde, pela sua recuperação, aos amigos que encontro e em especial a quem lá trabalha e que mais em pormenor vai sabendo aquilo porque vocês estão a passar.

As notícias vão chegando devagarinho arrancadas a ferros e no ar vai pairando um silêncio que não quero ouvir, contudo, dói cá dentro e a par de outras preocupações, vou nas minhas orações rezando por vocês, pedindo a Deus que vos ajude a passar esta fase da vossa vida de uma forma mais serena, menos indolor e com alguma alegria no rosto.

Sei que devia ir visitar-vos, mas são tantas as pessoas a ir aí e também me falta a coragem para vos ver nestes momentos tão difíceis. Às vezes sinto-me triste por ser assim, mas não consigo mudar a minha maneira de ser e de estar. Espero que voltem depressa à vossa terra, que vos recebeu há muitos anos atrás, para os braços dos vossos familiares e para o convívio dos vossos amigos. Nós, que por aqui vamos estando, esperamos ansiosamente o vosso regresso e desejamos sinceramente as vossas rápidas melhoras.

Voltem depressa, ANTÓNIO BANDEIRA e JOSÉ NEVES.
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* por António Catela

segunda-feira, 6 de junho de 2011

LEGISLATIVAS 2011

Meus amigos,

Só um apontamento rápido e discreto sobre as eleições do passado domingo (como quem diz, ontem!).

Nas últimas eleições tinham votado 148 pessoas, nestas últimas eleições dirigiram-se à mesa de voto 164 pessoas! Mais 16 pessoas! Numa pequena freguesia como a nossa, é um número significante!

Fica um quadro resumo dos resultados na nossa aldeia!

Um abraço!
Volto para vos mostrar como foi a merenda nas Ermidas da Quinta-feira de Ascensão!
JC

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Da Páscoa à Ascensão, 40 dias vão...

"Se os passarinhos soubessem quando é quinta-feira da Ascensão, não punham patinha no ninho, nem biquinho no chão!"

Retirei de um site o seguinte texto:

" (...) Tradicionalmente, de manhã cedo, rapazes e raparigas vão para o campo apanhar a espiga e outras flores campestres. Com elas, formam um ramo com: espigas de trigo, folhagem de oliveira, malmequeres e papoilas. O ramo pode também incluir centeio, cevada, aveia, margaridas, pampilhos, etc.

Cada elemento simboliza um desejo:

-A espiga = que haja pão (isto é, que nunca falte comida, que haja abundância em cada lar).

-O ramo de folhas de oliveira = que haja paz (lembra-te que a pomba da paz traz no bico um ramo de oliveira) e que nunca falte a luz (divina).

(Antes as pessoas ilumiavam-se com lamparinas de azeite, e o azeite faz-se com as azeitonas, que são o fruto da oliveira).

-Flores (malmequeres, papoilas, etc.) = que haja alegria (simboliza pela cor das flores).

O ramo é guardado ao logo de um ano, até ao Dia de Espiga do ano seguinte, pendurado algures dentro de casa. (...)"

Felizmente há pessoas que não esquecem as tradições e as suas raízes... mais importante é que fazem tudo para as manter!

Mais logo, há merenda nas Ermidas!

Um abraço,
JC