quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Trabalhos do campo... os cortiços!

Meus amigos,

Hoje venho ao blog para vos falar de algo que há um mês atrás encontrei lá por casa: um cortiço!

O meu avô Francisco era um amante da apicultura. A maneira como ele tratava as abelhas dava gosto ver. Falava com elas, acarinhava-as, alimentava-as e elas pareciam reconhecer toda essa atenção. Por isso é que quando começaram a aparecer os recordes do Guiness de pessoas cobertas de abelhas, não era nada que me espantava pois já o meu avô deixava que elas subissem pelas mãos e o que era certo é que elas raramente lhe picavam… eu já não tinha tal sorte!

Mas voltando atrás, no Val-de-Açores, o meu avô chegou a ter duas centenas de cortiços… sim, cortiços! As colmeias móveis chegaram muito mais tarde e eu acompanhei muito o trabalho que este tipo de “abrigo” das abelhas dava.

Primeiro era construir o cortiço.  Era preciso arranjar uma cortiça “jeitosinha”, medida certa, o que implicava andar de sobreiro em sobreiro a escolher. O cilindro de cortiça retirado, era fechado lateralmente (por onde se tinha cortado para retirar da árvore) por uns espigões de madeira e as fendas tapadas com barro. Em cima levava uma “roda” de cortiça a servir de tecto, também esta fixa por esses espigões e selada por barro. Por dentro levava uns pauzitos a atravessar o cortiço de um lado ao outro para depois segurar os favos.

Cheguei a ver o meu avô a preparar um cortiço para “apanhar” um enxame! Uma mistura de vinho tinto e mel e como naquele tempo não havia borrifadores, o truque era meter para a boca e depois fazer o efeito borrifador para dentro do cortiço. Aí estava ele preparado para apanhar um enxame.

No alto do Val-de-Açores lembro-me de, no início do calor, ir vigiar os enxames que podiam sair dos cortiços. Hoje as colmeias móveis, facilitam muito a vida ao apicultor. Mais uma alça e já está! No entanto, é sempre necessário fazer a revisão (se há excedente de mel para colheita, se a rainha está a produzir crias, se não há formigas, se não há traças, se existe cera em quantidade suficiente, retirar o mato em volta da colmeia, etc.
Outra coisa que gostava de fazer era sugar o mel directamente do favo …

Um dia destes falo de todos os utensílios que compunham esta actividade…


As fotos que ilustram este texto são algumas minhas (as do cortiço) e outras foram retiradas de um blog que encontrei também com uma história semelhante à minha. Agradeço a disponibilidade de me cederem as fotos. Caso queiram ver o blog em questão, CLIQUEM AQUI!

Um abraço,
JC

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Flagrantes da vida real...



Meus amigos,

Hoje volto ao blog para vos relatar a proeza de um pescador furtivo, ou melhor, diferente…

Uma situação já ocorrida em Agosto, mas para protecção de identidade do pescador só agora é divulgada. E as associações dos amigos dos animais perdidos andam por aí!

Este pescador, conseguiu "pescar" em plena Gandâra, já bem perto da Bralhada um golfinho, espécie que não habita a albufeira da barragem, quanto mais em terrenos de eucaliptos.

Este, pelo jeito veio pelo ar, andava perdido do cardume (que devia andar por algum arraial nas redondezas), e este pescador hábil com a sua roçadora (ou roçadoura?) conseguiu capturar o animal.

Em bom estilo, levou o seu troféu às costas.

Um abraço!
Até breve,
JC

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Revoluções... ventosas!


Meus amigos,
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Prometi que voltava para falar de pesca, mas primeiro volto ao blog para vos falar novamente do Inverno e do tempo que se tem feito sentir nos últimos dias.
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Muitos dizem que já devia ter acontecido uma nova revolução no País, mas a natureza vai-se encarregando disso! Além da chuva, o vento tem sido forte, principalmente na noite da passada sexta-feira para sábado. Nem a própria natureza se livra de alguns estragos como é o caso desta cerejeira.
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Situada no terreno ao lado da casa do Catela, a pobre árvore não resistiu ás fortes rajadas de vento e partiu.
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Outras situações semelhantes ocorreram por terrenos da freguesia mas sem grandes prejuízos materiais… acho eu! Com telhados e coberturas, não sei se houve algum incidente!

A Daniela Guerra enviou as fotos! Muito obrigado!

Um abraço,
JC

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O inverno no campo...



Meus amigos,

Um pouco afastado das tarefas de blogueiro, mas cá estou novamente de volta para vos falar do que de melhor (e por vezes também o que de pior) se vai fazendo e tendo por S. Paio.

As tarefas do campo do principio de Inverno estão a acabar, a vindima foi feita, bagaço também e até a água-pé já foi aberta. O azeite já está nas vasilhas e este ano pelo menos acho que ninguém se pode queixar. A chuva veio na altura certa para assim “engordar” este fruto. Este ano, de uma maneira geral foi um ano de fartura de azeitona. Com rendimentos entre os 12% e os 16%, assim se fez a extracção da preciosa gordura a que chamamos de azeite. Não vos vou falar novamente de como este processo é feito pois já foi abordado em anos anteriores. Poderiam pensar que estava a ficar senil!
 
Os lagares estão a trabalhar a todo o vapor e parece que vamos ter mais um no concelho vizinho, em Arganil, mais precisamente na Relvinha. Também os lagares cada vez mais são sujeitos a fiscalização devido a ser uma actividade muito poluente quando não são cumpridos as regras. E depois, é um mecanismo todo em cadeia. Alguns proprietários recebem alguns subsídios para as oliveiras, mas depois para manter o subsídio têm de apresentar a documentação de como o azeite foi extraído num lagar homologado e devidamente legalizado. O cruzamento de dados pode ser complicado.

A chuva tardou a vir mas pelo menos agora a terra começa a ficar mais leve. Lá na costeira atrás da casa, o terreno ainda não está “empapado”. É assim a vida no campo. As lareiras já fazem jeito acesas pois com a mudança da hora, anoitece mais cedo e o frio cá por fora já obriga as pessoas a procurar o conforto do calor nos seus lares.

Por hoje não vos maço mais. Só um apontamento pelas 80000 visitas que atingimos no blog. Muito obrigado a todos e ao Alex também por nos ter felicitado. Volto com uma curiosidade de quem conseguiu apanhar um golfinho na Gândara! Estes animais são uns malucos….

Um abraço,
JC