Caros amigos:Antes que seja publicado o cartaz da festa das Ermidas deste ano de 2008, em homenagem à Nossa Senhora das Neves e do Senhor do Calvário que, esperamos todos seja em breve e mal nos enviem para o Blog, gostaria de vos deixar uma imagem dum cartaz desta mesma festa mas, com um atraso de quase oitenta anos.
O cartaz é de 1929 e é uma relíquia a guardar e conservar da melhor forma, porque não existe mais nada tão antigo, a não ser alguns escritos em alguns livros que, a pouco e pouco irei dando conhecimento através deste Blog.
Reparem que a malta se levantava cedo, para fazer a alvorada às seis da manhã e não se anunciava os grupos musicais, mas sim que iriam decorrer grandes descantes até altas horas da noite que, julgo eu seria para aí 23 horas?!Já agora descantes, eram cantigas populares que se cantavam, sózinhos ou ao desafio e resto da malta dançava. Claro que vinha gente de todos os lados e às vezes as provocações eram tantas que, chovia molho e a festa acabava mais cedo. Ainda hoje se diz que, "festa das Ermidas que não dê porrada já não é festa".
A procissão era às 9 horas “ainda há malta que se queixa que a procissão é cedo” e o anúncio principal era a missa cantada pelo Rev. Reitor de Ázere e ao púlpito para fazer a pregação do Evangelho subia o pároco de S. Martinho da Cortiça “vá-se lá saber porquê”.
Realmente os tempos mudaram muito mas, com este cartaz poderemos fazer a comparação com o outro que virá aí em breve.
Cá estou eu, sempre a mostrar-vos coisas e loisas.
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* texto e foto de Catela
9 comentários:
Grande Jorge!
Realmente há diferenças para a festa dos nossos dias.
A festa mais concentrada em volta do cariz religioso parece-me a maior diferença.
Mas há mais alguns dados que me deixam perplexo.
Chegada da banda às 8 e procissão às 9. Só numa hora dar a volta ao povo todo? Talvez nesse tempo não se fosse tocar a Estrela d'Alva nem nas Ermidas. A banda deveria ser de Pinheiro (ideia reforçada com missa cantada com grande instrumental pelo rev. reitor de pinheiro), viria do lado do barreiro chegando a São Paio pelo Cabo das Ruas. Nesse tempo haveria muitas casas depois do chafaris e do Sto António? Só por aí consigo compreender a volta ao povo numa hora.
Depois tanto tempo entre cada acto... procissão 9, missa 11, procissão 13, leilão 15... É muito tempo! Ou eram folgas para prevenir atrasos... ou folgas para comer!!!
Mais um excelente post para o blog, enriquecedor para quem o lê. Ainda bem que estes tesouros ainda existem e aparentam bem conservados.
E Jorge, não venhas com coisas que já aí tens, não O cartaz, mas OS cartazes!
Abraço a todos!
Peço desculpa Alexandre mas, o texto era meu e não me identifiquei. És muito rápido.
Grande Catela! (também tem direito ao mesmo tratamento;))
Não desfazendo no trabalho do Jorge, adreço os cumplimentos a si!
E já agora, não lhe parece estranho os pontos que referi? Sabe de alguma justificação para tal facto?
Fica outra divergência para os nossos dias: Não há as tradicionais merenda na segunda nem sardinhada na terça.
Isto levanta outra questões... Quando surgiu esta tradição?... Se há 79 anos não havia, quanto tempo será necessário para se considerar algo tradicional?... Será que havia mas não estaria incluinda no programa?
Boa base de discução... Cibernautas, vamos argumentar!;)
Abraço
Mandem encaixilhar isto que eu pago a moldura!!!
Parecem estranhos mas fáceis de explicar.Os horários nunca foram cumpridos em Portugal.A demora das cerimónias religiosas eram correctas porque a festa era essencialmente religiosa. As tradições que tu falas, são muito recentes em termos do valor que lhe damos hoje mas, para uma informação mais completa, na segunda-feira realizava-se sempre uma feira de gado e como as pessoas comiam por ali deve ter dado origem às merendas.Se recuarmos bastante no tempo, ainda te posso dizer que, a festa era sempre no dia 04 de Agosto e nesse dia era feito tudo e ainda se procedia à venda da bolta e da folhagem das Ermidas que agora nós limpamos e deitamos fora.Mais, é só perguntar!
Alexandre disse:
"Chegada da banda às 8 e procissão às 9."
Pois!!!!
Não tinham tempo para comer.
Excelente trabalho Catela.
Todo este conhecimento vem de algum arquivo escrito ou do convívio com uma das pessoas mais antigas de São Paio? Se for arquivo escrito, é de acesso público? Ainda gostaria poder beber da mesma fonte. É que para "achadiço" deve saber mais sobre esta terra doq eu muitos filhos dela, pelo menos falo por mim...
Parabéns pelo seu trabalho e dedicação.
A Comarca não terá o original?
Mas este é tem valor para os Sampaienses.
Tasse vemm.
O que este homem sabe! Por favor conserve este cartaz, aproveite a oferta e arranje uma moldura e porque não a ser colocada na sacristia da capela.
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