O Verão já acabou. Assentou a poeira das festas e romarias. Já entrou Outono a passos largos. A maioria das pessoas terminou as suas férias e regressou às suas actividades do dia a dia.
Começa a época das vindimas, os dias vão diminuindo e as noites aumentando, o frio e a chuva começam a bater à porta. Imagens como a da foto, se calhar, só para o ano.
É o retomar da azáfama.
Para milhares de crianças e jovens é o regresso às aulas.
A publicidade faz o seu papel ao tentar vendar o maior número possível de artigos escolares, uns mais necessários do que outros. Estica-se o orçamento familiar a fim de fazer face a mais estas despesas.
Estamos numa época de consumismo que na maior parte das vezes nos é impingido.
Será que foi sempre assim? A cada novo ano escolar será necessário correr aos hipermercados, livrarias, quiosques, etc, e adquirir material novo?
Deixo-vos com um texto com cerca de 40 anos, onde algumas diferenças são notáveis em comparação com estes nossos dias. Não se trata de saudosismo mas apenas de um refrescar da memória.
Era a época em que os alunos do então chamado ensino primário tinham de saber, por exemplo, calcular uma área, um volume, os nomes dos rios e oceanos, cidades, países e continentes e outras coisas mais, cujo valor académico poderemos questionar e comparar com os métodos actuais de ensino.
Era melhor? Era pior?
Deixem as vossas opiniões e comentários.
***
Texto do livro de leitura para a 4ª classe do ensino primário (1968)
- Obras de Tomás de Barros e José Lobo
No começo das aulas
Este ano frequento a 4ª classe. No primeiro dia de aulas, ao ver-nos reunidos outra vez na escola, o sr. professor dirigiu-nos as seguintes palavras:
- "- Dou-vos as boas vindas, meus rapazes, ao iniciarmos este novo ano escolar.
Espero que todos venhais cheios de boa-vontade para vos instruirdes e educardes, pois sem educação e instrução não podereis ser felizes, nem ser úteis à Pátria e aos nossos semelhantes.
Aqui dentro, prestai toda a atenção às lições, que, dessa forma, vos parecerão fáceis e agradáveis.
Sede bem-educados, respeitadores e disciplinados, e mostrai sempre que tendes brio e bons sentimentos.
Dentro da escola, aproveitai bem o tempo, trabalhando com cuidado.
É durante o recreio que deveis dar expansão à vossa alegria. Eu ficarei muito satisfeito por ver que sois alegres e que sabeis brincar.
Mas, durante as aulas, deveis estar com respeito e atenção, para eu nada ter que vos censurar. E, desta maneira, todos nos sentiremos contentes, por sabermos cumprir o nosso dever."
Quando o nosso professor acabou de falar, nós olhámos uns para os outros, como se prometêssemos que não esqueceríamos os seus bons conselhos.
João Ilharco (adaptação).
-
* texto enviado por António Costa e foto de kordeiro
Começa a época das vindimas, os dias vão diminuindo e as noites aumentando, o frio e a chuva começam a bater à porta. Imagens como a da foto, se calhar, só para o ano.
É o retomar da azáfama.
Para milhares de crianças e jovens é o regresso às aulas.
A publicidade faz o seu papel ao tentar vendar o maior número possível de artigos escolares, uns mais necessários do que outros. Estica-se o orçamento familiar a fim de fazer face a mais estas despesas.
Estamos numa época de consumismo que na maior parte das vezes nos é impingido.
Será que foi sempre assim? A cada novo ano escolar será necessário correr aos hipermercados, livrarias, quiosques, etc, e adquirir material novo?
Deixo-vos com um texto com cerca de 40 anos, onde algumas diferenças são notáveis em comparação com estes nossos dias. Não se trata de saudosismo mas apenas de um refrescar da memória.
Era a época em que os alunos do então chamado ensino primário tinham de saber, por exemplo, calcular uma área, um volume, os nomes dos rios e oceanos, cidades, países e continentes e outras coisas mais, cujo valor académico poderemos questionar e comparar com os métodos actuais de ensino.
Era melhor? Era pior?
Deixem as vossas opiniões e comentários.
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Texto do livro de leitura para a 4ª classe do ensino primário (1968)
- Obras de Tomás de Barros e José Lobo
No começo das aulas
Este ano frequento a 4ª classe. No primeiro dia de aulas, ao ver-nos reunidos outra vez na escola, o sr. professor dirigiu-nos as seguintes palavras:
- "- Dou-vos as boas vindas, meus rapazes, ao iniciarmos este novo ano escolar.
Espero que todos venhais cheios de boa-vontade para vos instruirdes e educardes, pois sem educação e instrução não podereis ser felizes, nem ser úteis à Pátria e aos nossos semelhantes.
Aqui dentro, prestai toda a atenção às lições, que, dessa forma, vos parecerão fáceis e agradáveis.
Sede bem-educados, respeitadores e disciplinados, e mostrai sempre que tendes brio e bons sentimentos.
Dentro da escola, aproveitai bem o tempo, trabalhando com cuidado.
É durante o recreio que deveis dar expansão à vossa alegria. Eu ficarei muito satisfeito por ver que sois alegres e que sabeis brincar.
Mas, durante as aulas, deveis estar com respeito e atenção, para eu nada ter que vos censurar. E, desta maneira, todos nos sentiremos contentes, por sabermos cumprir o nosso dever."
Quando o nosso professor acabou de falar, nós olhámos uns para os outros, como se prometêssemos que não esqueceríamos os seus bons conselhos.
João Ilharco (adaptação).
-
* texto enviado por António Costa e foto de kordeiro
3 comentários:
Esta mensagem aos alunos tem decadas,mas é bem actual,hoje mesmo faz todo o sentido.
Certo!!
Ai, ai.... ricos tempos...
Hoje em dia penso que grande parte das crianças q ouvissem este "discurso" do professor (se é q o deixavam terminar) a reacção q teriam era... rirem-se...
Sei que não se pode pensar q todas as crianças / adolescentes, são como os casos que vemos na tv, mas que hoje em dia uma boa percentagem é mais indisciplinada, é...
Mas deixo um conselho aos jovens estudantes: aproveitem bem o tempo de escola, porque, começando a trabalhar, acabam-se os 3 meses de férias no Verão (q saudades!!!), as férias de Natasl e Páscoa e ficamos ansiosos pelos 25 dias a q temos direito..!
Beijos e abraços... e um bom regresso às aulas! :)
Esta mensagem enquadra-se perfeitamente nos nossos dias, está lá tudo. Arrisco a dizer que se fossemos dar este texto à maioria dos nossos jovens para ler tinhamos como resposta uma grande risada.
Assim vão os nossos tempos...
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