Ao longo da nossa criação, o homem habitua-se a olhar para alguns desportos e identificá-los como “desporto para homens” e “desporto para senhoras”. O futebol é um desses casos. Ao longo dos tempos era visto como sendo um desporto para homens, onde as mulheres nem podiam opinar…. Os tempos mudaram, até em S. Paio essa mudança foi sentida com a introdução de um jogo solteiros-casados feminino na 3ª feira da Festa das Ermidas…
Hoje em dia, se abrir um diário desportivo, pode encontrar alguns textos, reportagens, notícias assinados por mulheres. Pode, por exemplo, ao abrir “A Bola” encontrar uma assinatura bem conhecida de todos nós, de uma menina/senhora (pois é, eles/elas crescem e nós ficamos mais velhos!!) bonita, feminina, que se aventurou por este mundo do jornalismo desportivo. Falo-vos da Andreia Costa, filha da São e do António Costa, o nosso “eurodeputado”. A Andreia, fez o secundário em Bruxelas, mas tirou o seu curso superior em Lisboa. Faz agora estágio na redacção do desportivo “A Bola”, e elabora algum trabalho de divulgação para este jornal. Como ela própria diz: “Devemos dar mais atenção ao que se faz de qualidade no nosso país, os artistas com talento merecem ser divulgados. Como tal, espero que isto vos dê vontade de espreitar (e comprar!) o trabalho destes rapazes…”
Aqui fica todo o artigo:
Lisboa, ponto de encontro para um sonho!
Em Lisboa se cruzaram os caminhos de cinco amigos, dois do Algarve, dois de Lisboa e um do Porto... e em Lisboa nasceu um sonho chamado Klepht. Esse sonho é partilhado a partir de hoje com quem o quiser ouvir...
Um projecto musical que tem como cara principal Diogo Dias, Vj da MTV Portugal, que mostra assim mais uma das suas facetas. Vocalista da banda, é também ele quem assina todas as letras deste primeiro trabalho. Os Klepht (leia-se Kleft) já somam oito anos de existência mas a vontade de fazer um álbum surgiu há cinco. O caminho não foi fácil, com obstáculos atrás de obstáculos, mas os cinco amigos inseparáveis não desistiram e com persistência acabaram por conseguir assinar com a Universal, editora que desejavam desde o início. Dessa altura até hoje o tempo voou. Passaram dois anos mas agora têm cá fora um trabalho de que se orgulham.
Dez temas originais, inteligentemente precedidos de uma introdução de poucos segundos que chegam para nos envolver no espírito da banda e nos dar a sensação de estar prestes a presenciar um concerto inédito, feito espacialmente para nós no exacto momento em que carregamos play na aparelhagem. Músicas calmas, outras mais viradas para o rock; repletas de sentimento ou alegria mas todas elas, sem excepção, escritas com a alma de quem encontra na música forma de passar uma mensagem. A tudo isto junta-se um último tema... escondido, para quem chegar à última melodia e ainda tiver vontade de mais. Isolado dos outros por ser singular, mais distante por ter uma letra muito forte e que marca inevitavelmente quem ouve.
Na conversa com Diogo Dias (vocalista) e Marco Reis (guitarrista) ficou claro que mais dedicação seria impossível. A garra e a vontade de mostrar aquilo que valem saltam à vista e também por essa razão Erros por defeito, terceira faixa do disco, é um tema especial para o grupo: «Conta a nossa história, as nossas frustrações e as “tareias” que apanhámos pelo caminho e como acreditámos desde o início que finalmente iríamos chegar aqui», revelam. Gravar um álbum era um sonho que, embora sempre presente na cabeça dos cinco, parecia inatingível. Por essa mesma razão decidiram que o primeiro trabalho teria o mesmo nome da formação: «É um nome complicado e sentimos a necessidade de o vincular. Queremos marcar as pessoas não só com o nome mas também com as músicas». Klepht, um nome forte com um significado forte... Na altura do Império Otomano eram grupos rebeldes e fora-da-lei, uma espécie de Robin dos Bosques que viviam nas montanhas gregas. Mais tarde, envolvidos na guerra de independência da Grécia, acabariam por ganhar uma conotação positiva e heróica.
Reconhecimento no futebol... e agora o resto?
Depressa se aperceberam que a mensagem que pretendiam passar fluía muito melhor em português. O inglês arrumaram-no na gaveta, deixaram de lado rimas fáceis e métrica certa e lançaram-se na aventura de compor exclusivamente na língua lusa porque, afinal, são portugueses e pelo menos para já é esse o público ao qual querem chegar. O mercado internacional parece um sonho mais distante... mas presente! «A Universal Europeia pode muito bem pegar num artista qualquer e divulgá-lo. A questão é que a Universal Portugal ainda tem muito pouco peso. É muito mais difícil para nós chegarmos ao mercado internacional do que um músico espanhol ou italiano, é isso que está viciado», afirmam. «Até finalmente termos conseguido no Euro 2004 melhorar os resultados no futebol, quem é que era Portugal? Ninguém nos conhecia. Hoje em dia já somos conceituados a esse nível. Os nossos jogadores são considerados os melhores do mundo. O resto tem de seguir». Para os dois músicos, a primeira barreira é feita por nós portugueses, que duvidamos sempre da qualidade do nosso produto nacional. «Todo o artista que aparece novo, quando é português... hmm... deve ser mau», afirmam desolados. Embora acreditem que as pessoas já estão a aderir mais e começam a dar alguma atenção ao que se faz por cá, têm plena consciência de que uma banda para ganhar o respeito do público tem de sobreviver aos dois, três primeiros álbuns.
Com os pés bem assentes na terra, os Klepht acreditam que há todo um processo que terão de percorrer e muita coisa ainda para aprender para que o 2º trabalho possa ser melhor do que o 1º e assim sucessivamente. Mas uma certeza é comum a todos: «Mesmo que isto não seja um mega projecto, havemos de estar sempre ligados ao mundo da música. Se o disco não vender e amanhã acabar o contrato, nós vamos continuar os cinco na garagem a ensaiar, vamos continuar a ir para o bairro beber copos e fazer jantaradas», afirmam com a cumplicidade estampada no rosto. Acima de tudo são um grupo de amigos e a sintonia que os liga passa inevitavelmente para o público em cada uma das suas actuações.
Com o concerto de apresentação do álbum marcado para amanhã no Cinema São Jorge – e esgotado em pouco tempo – confessam que têm estado de tal forma envolvidos em toda a organização que ainda nem tiveram tempo para pensar em nervos. Ansiedade por ver a reacção do público sim, essa não tem parado de crescer: «O público tem uma reacção espontânea, tudo é puro e em tempo real. Ali não podemos enganar ninguém. Se gostam, mostram-no mas se não gostam também não fingem». Quanto ao futuro, Diogo Dias, Francisco Duarte, Mário Sousa, Marco Reis e Filipe Contente, esperam que o álbum lhes traga sobretudo concertos porque no fundo, aquilo que lhes alimenta a alma e o corpo é tocar, tocar... Depois de tanto tempo fechados em estúdio a gravar e a ensaiar o que agora querem são palcos... grandes ou pequenos, cobertos ou descobertos.
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Texto de Andreia Costa
Publicado em "A Bola", edição de 10/03/2008
3 comentários:
A mim pesoalmente só me orgulha que pessoas que estão ligadas a nós de alguma forma singrem na vida. Boa sorte Andreia Costa
olà , entao como vai o pessoal de Sao Paio ? vejo que continua a haver sempre um bom "cru" NESSA REGIAO: Muito bem Andreia ! verifico que "devagarinho o passarinho faz o seu ninho"
continua, felicidades
Ludovino Andurao
Parabens Andreia! E Boa Sorte nesta tua nova fase. Espero que consigas vingar e alcançar muitos sucessos.
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