Esta foi uma frase que li já nem sei bem onde mas que gostei e hoje partilho com vocês. Venho de uma família de pastores e agricultores, como todos devem saber. Era a actividade dos meus avós e que os sustentou uma vida toda. Guardo muitas recordações na minha cabeça de tardes e tardes a guardar o gado com a minha avó, gado esse que com o passar dos anos foi sendo cada vez menos. A minha avó só deixou de sair com o gado para o monte já com 90 anos. Era o que os mantinha activos e com força para lutar no dia-a-dia.
Hoje em dia ainda há alguns rebanhos bem numerosos em S. Paio, mas venho-vos falar de um que já há muitos anos habita uma das zonas mais privilegiada (em termos de recursos naturais e paisagem), as encostas da Quinta do Barreiro.
Grande parte dos terrenos nesta zona pertencem a Jaime Duarte Baltazar, e nos quais desenvolve uma actividade de gestão florestal. Quem tem uma actividade destas, há sempre um inimigo que pode destruir em poucos minutos o trabalho de uma vida: o fogo!
Claro está, que manter uma mata cuidada, limpa é dispendioso se a limpeza for efectuada mecanicamente. Uma maneira de juntar o útil ao agradável é ter “limpadores naturais” do terreno, que é como quem diz, dedicar-se ao pastoreio e o gado caprino, além de ajudar e incrementar o desenvolvimento económico e rural da região, deixam o local onde andam a pastar livres de vegetação, zonas que eram de potencial perigo de incêndio. Além disso, fazem a manutenção selectiva das espécies de arbustos pois o tipo de alimentação do gado é diferente de verão e de inverno.
Imaginem também a vantagem que não é o pastoreio pois se caso a vegetação fosse mantida constantemente por corte mecânico, a acumulação de restos do corte seria muito maior, e isso mais não é do que biomassa que serve também como combustível para os incêndios florestais.
Estas serras sempre tiveram gado, pois lembro-me do ti’Zé Sevilho que quase todos os dias levava o seu rebanho desde da Gandara de Cima para a Quinta do Barreiro e lá as deixava. O sentido de orientação destes animais levava-as a regressarem à Gandâra de Cima ao anoitecer. Às vezes estava lá por casa do ti’Zé e lembro-me de ele dizer “eu só vou ali adiante esperar o gado…”. E lá se começava a ouvir os chocalhos.
Acho que houve uma vez que qualquer coisa as deve ter desorientado e então vieram sempre pela cota da água da barragem até à zona do lagar de S. Paio e subiram até à povoação, tendo aparecido junto onde hoje está a rotunda. Os GPS também falham…
É sempre bom ver o que é tradicional e rural…
Agradeço ao Jaime e ao Zé que tornaram este post possível…
VEJAM UM PEQUENO FILME AQUI E AS RESTANTES FOTOS AQUI!
Um abraço,
JC
3 comentários:
Não sei se saberão mas estas cabras podem existir mas não na Quinta do Barreiro.
Já moram noutro local!
Fica a informação
e isso quer dizer o quê?
e tambem nao se lembra do falecido chico mateus que eram os fihos que andavao com o revanho e o chico por....
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