terça-feira, 25 de maio de 2010

Recordar é viver...

Meus amigos,

Hoje volto ao blog com um tesourinho do tempo, a continuação da nossa saga “Recordar é viver…”.

Vamos fazer uma viagem até 1970, esse ano longínquo do século passado. Eu estava a 4 anos de vir ao mundo! Parece que o relógio da torre da Igreja estava constantemente a avariar-se. Ora, na aldeia, tal como fui sempre habituado, o relógio que manda é o da Igreja. Quantas vezes não me lembro a minha avó, quando estávamos em casa ou pelo campo e o relógio começava a dar as horas e ela dizia: “shiúú.. ora escuta!” e assim nos regulávamos.

Nesse ano de 1970, a Confraria de Nossa Senhora das Ermidas e a Fabrica da Igreja decidiram fazer um peditório com o propósito de angariação de fundos para a compra de uma máquina nova, a fim de substituir o relógio que se pensava ter sido adquirido por volta do ano de 1880.

Aos conterrâneos e amigos que se encontravam mais longe foi enviado uma carta que se pode ver na foto. O papel tinha um picotado pelo qual se destacava a parte de baixo e se devolvia, como comprovativo do donativo enviado.

Dos homens que assinam o papel, só um está connosco. É ele o ti’Joaquim “do Valeiro”!

Mais uma demonstração da união do povo, pois o que é certo é que o relógio está lá.

Eu tenho comigo um destes papéis original, são bocados de história que marcam passagens e que nos fazem também recordar de algumas pessoas, ao ver o nome delas.

Um abraço,
JC

5 comentários:

Catela disse...

Não imaginas o importante que é, dar a conhecer estas coisas no Blog.
Eu fico contente e em breve te enviarei também alguns documentos antigos em relação a esta terra, ou melhor, quando vieres cá, lembra-me e levas cópias de vários documentos que poderão dar valor a esta terra e a estas gentes.
Um abraço.

kordeiro disse...

e eu não me esqueci do livro...! esse sim, um património muito valioso!

Abraço!

Alexandre disse...

Excelente post caro amigo.

Venham mais para nos dar a conhecer a história da nossa terra.

catela disse...

Tens razão, era importante conseguir isso.
Cada vez me orgulho mais destas coisas, porque apesar de tudo o que esta terra de mau, também tem de bom e é bom sentirmo-nos felizes quando vemos documentos, recordações, histórias que a ela dizem respeito espalhados pala NET.

Anónimo disse...

Ola, boa noite a todos. AO vos ler a passagem do relogio da torre da igreja. Fez-me viajar ao ano 1958 tinha 7 anos.
( O mostrador do relogio partiu-se, os ponteiros deixaram de indicar as horas e a melodia dos carrilhões desceu para as profundezas da cave da igreja...
Foi uma tarde de tristesa, de silencio e de muito calor.
Os milhares de gaivotas daquela vila costeira, em sinal de protesto deixaram de rire. Empurradas pelo vento das ondas, através das nuvens transportaram os seus gritos cheios de tristesas e ilusões e foram bater as portas de SÃO PEDRO... Em colera e com os seus olhares insolentes perguntaram-lhe:...)

Um abraço a todos
Ludovino ANDURAO