Formas de arte....

Meus amigos,

hoje não estou propriamente no meus dias. Leventei-me muito cedo, tenho 900 kms pecorridos e estou um pouco cansado. Amanhã estarei aí na nossa terra. Faço-me convidado para jantar com algum de vocês!!!! Para o blog e para todos vocês há sempre uma reserva de energia que me faz ligar o portátil e verificar se chegaram e-mail's, ler os comentários, etc... E hoje, surgiu uma nova rubrica aqui no blog. Formas de arte.... Cada pessoa é capaz de se evidenciar das outras por uma ou outra característica para a qual tem maior aptidão. Este espaço vai servir para dar a conhecer essas habilidades e facetas de que alguns de nós são capazes de fazer, mas que a maior parte desconhece. Seria engraçado partilhar com os outros. E assim surgiu um texto no e-mail de alguém que escreve e que tem como destinatário das suas palavras o blog.

Deixo-vos com a transcrisão integral desse texto.....

um abraço,

JC

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Noites cada vez mais tristes.

Depois de mais um dia de trabalho, nada melhor do que escrever alguma coisa e melhor ainda, quando se tem alguém a quem escrever. Agora ao escrever para o Blog, não escrevo para ninguém, mas escrevo para todos. Talvez seja um desabafar que ninguém quer ouvir, mas que agora sabendo ler terão aqui ao alcance dos dedos. Aqui vão mais meia dúzia de palavras que só mesmo tu, "BLOG" podes dar valor! Mais uma noite chegou e há uma brisa no ar que arrefece os corpos cansados, da labuta de mais um dia de trabalho. Peguei na minha carrinha e deambulei por aí à solta, na escuridão da noite, livre como um passarinho, mas preso na imensidão de pensamentos que me fazem recordar, os tempos que nunca mais voltarei a viver. Há uma voz, lá longe que me chama que exige a minha presença, mas tudo faço para fugir desse encontro que nunca mais quero. Seguro cada momento de solidão como se fosse o último, respiro de cada vez o ar, como se fosse a última vez e ele entra e purifica, este corpo pecador, que não se consegue purificar.

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De que vale sofrer, senão há remédio para a dor cá de dentro?

De que vale amar, quando geralmente no outro lado não nos amam?

De que vale chorar, se as lágrimas nunca mais vão secar?

De que vale sonhar, se tudo não passa mesmo dum sonho e nunca se transforma?

De que vale querer, senão se pode ter?

De que vale pensar, se pensas à toa, sem sentido e sem jeito?

De que vale viver, se tudo vai terminar, sem a gente saber quando?

De que vale a raiva contida, se a inveja nunca vai parar?

De que vale o medo, quando não és dono de ti próprio?

De que vale correr senão vai ninguém atrás de ti?

De que vale seres tu, ou eu, sem rumo nem destino?

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Não vale nada, vale o nosso coração que desespera pelo bem, que anseia pela vida eterna, que trabalha dia e de noite sem parar, para que possamos viver. Que ama e que odeia, que sofre e que ri e mesmo pela calada da noite, como quase sempre o que digo em noites de solidão. E mesmo no meio duma multidão em festa, podes crer que um homem se pode sentir sózinho, sem nunca encontrar a "Maria Rita" que o Duo Ouro Negro procurava. Nunca te esqueças que as palavras lançam-se ao vento e só se conseguem agarrar quando se quer muito. Alguns já conhecem estes textos que me ajudam a viver, só espero que ao menos por aqui não me venham atacar e possam sentir o que me vai na alma sempre que sofro.

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António Manuel Teixeira Catela