terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Divulgações... Tuna de S. Martinho

Meus amigos,

Chegou ao e-mail do blog um pedido de divulgação por parte da Tuna de S. Martinho, que segundo o que diz o programa vão passar os três primeiros domingos do ano a animar algumas povoações a cantar as Janeiras.

Quem quiser acompanhar, aqui fica o programa de dia 2, 9 e 16 de Janeiro!

Um abraço,
JC

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A tradição ainda é o que era...

Meus amigos,

Já lá vai a noite de Natal! Espero que todos tenham passado bem esse momento em que as famílias se juntam, umas mais numerosas, outras mais divididas, mas lá se arranjam todos à volta da mesa.

Os mais novos esperam que os seus pedidos sejam tornados realidade pelos mais velhos! Os de meia-idade, como eu, já nem sei do que esperamos… mas cada um deve ter no seu íntimo algum desejo, seja ele material ou não!

Relatando como era há uns anos atrás em minha casa, o jantar na noite de Natal era em família. Depois, o pessoal começava a dispersar para o descanso (ou seja, xixi e cama!), e eu ia até à povoação. Havia a hipótese de se beber algo no Café Craveiro, que normalmente mantinha as portas abertas nesta noite ou de se ir até ao pé do lume, os famosos cepos de Natal! A ordem era para perto da meia-noite começar o ajuntamento para se ir tocar o sino!

Olha, depois de um Natal em que tal não foi possível realizar, este ano, os cepos voltaram ao adro da Igreja a fim de dar cumprimento a tão antiga tradição. Patrocinado pela firma Madeiras de S. Paio, Lda, lá se transportaram os cepos, entre eles também o do sobreiro que caiu nas Ermidas, já em Janeiro do ano passado. O mesmo estava guardado para esta ocasião.

A população, principalmente a mais jovem, aderiu em massa à tradição.

Meia noite, hora de tocar o sino, com o Zé Alberto e o Paulito "Cascavel" na torre! E por ali se foram mantendo pela noite fora em volta dos cepos!

Um abraço,
JC



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!!!!!

Meus amigos,

Venho ao blog simplesmente para vos deixar uma mensagem de Natal, nesta quadra tão especial!

O que realmente importa nesta época são os sentimentos que brotam dos corações de cada um de nós. No meu, está presente o da amizade que tenho por vocês!

Hoje não é dia para grandes textos!

Feliz Natal!!! A prenda maior que vos posso dar, é continuar atrás deste teclado!

Um abraço,
JC

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Fresquinho...!

Meus amigos,

Se por um lado o mau tempo na Europa está a estragar os planos de férias de Natal a muitos, nós por cá simplesmente vamos sentindo o efeito do frio e da chuva...

Foi exactamente o que aconteceu neste fim-de-semana em que fui a S. Paio numa visita, passo a expressão, pré-Natal! Como o Natal vai ser por Lisboa, fui dar um abraço ao pessoal!
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Saí de Lisboa às 22:40 de sexta-feira. À saída da garagem, o termómetro no carro marcava 16ºC! Nada mau para a hora avançada do princípio da noite.

À medida que os quilómetros iam passando, a chegar a Coimbra já o termómetro marcava 0ºC… era meia-noite! Passo Penacova -1ºC!!! Fresquinho… e finalmente S. Paio e -2ºC! Felizmente, graças ao Zé Alberto, a minha lareira já estava acesa desde da hora de almoço! O cheiro a lenha queimada já envolve a povoação! Gosto disto!

Isto tudo para vos dizer que na manhã de sábado, acordei com um manto de geada cá fora… tudo branquinho! Até às 11H a temperatura mantinha-se nos 1ºC. Aproveitei para ir aquecer os pés até à feira de S. Pedro d’Alva! Também um dia destes escrevo sobre este evento mensal que sempre funcionou também como um promotor cultural entre as pessoas.

De resto, fim-de-semana culturalmente muito rico, desde umas assaduras à cabidela, um passeio TT a passar na Ferrugem e uma Exposição / Venda de móveis elaborados a partir de pipos velhos que aconteceu no Café Cruzeiro (voltarei a este assunto brevemente).

Até breve! Ficam algumas fotos da geada!

Abraço,
JC
  

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Salgadeira, essa arca-frigorífica de classe A+...

Meus amigos,

Venho ao blog escrever sobre um assunto, ou melhor, sobre uma tradição que também estará em vias de extinção, mas durante muitos anos foi prática comum anual na nossa terra: o uso da salgadeira! Há umas semanas vi esta foto numa página do FaceBook e claro está que a minha cabeça desmoronou-se em lembranças!

Hoje em dia, existem arcas frigoríficas, mas antigamente quando se matava o porco em casa, parte da carne era guardada em salgadeiras, que mais não era do que uma arca de madeira que se enchia de sal! O sal fazia a conserva, assim como também se utilizava o toucinho derretido para se guardar febras e costelas durante algum tempo e o azeite era usado para conservar alguns enchidos depois de retirados do fumeiro! Um dia…apareceram os frigoríficos e arcas congeladoras!

Mas porque é que as salgadeiras tinham assim um papel tão importante? De entre todos os animais domésticos que lá em casa se criavam, havia um que entrava num ciclo anual: nascia (ou comprava-se), crescia, engordava e depois matava-se! Estou a falar do porco! Estes animais só se utilizavam para alimento, nada mais! Na cozinha do forno toda a minha vida (enquanto os meus avós foram vivos), conheci uma panela de ferro, de 3 pernas, à qual chamávamos a panela do porco. Era para ali que iam algumas águas de lavagem, restos de comida, batatas, maçãs, couves bichadas, cascas, etc… tudo servia para depois se levar ao curral do porco e deitar-lhe para a sua alimentação. Lembro-me do meu avô ir “deitar a lavagem” ao porco, e ao que tirava da panela de ferro, juntar sempre uma mão ou duas de farinha para dar mais consistência. Ele lá ia crescendo… fosse ele de boa boca e que não apanhasse nenhuma praga!

Chegado o mês de Dezembro, já se combinava o dia em que o animal seria sacrificado! Era um dia de festa! Uma festa íntima, família, uns amigos mais chegados… Lá se ia logo de manhã buscar carqueja (já explico porquê), preparava-se o banco, e começava a chegar o pessoal… Hora da sentença do bicho, tirava-se do curral, normalmente ia um a cada pata e o mestre, o meu tio Zé era o homem da faca. Lembro-me que ele preparava a faca que vinha sempre protegida numa capa de pele, afiando-a bem nos seus dois gumes.

Olha bem, porco agarrado e deitado de lado em cima do banco de modo a que a parte superior do peito ficasse à mostra e disponível! E assim se sangrava o bicho, e aproveitava-se o sangue para uma gamela de madeira quadrada que acho que ainda anda lá em casa. Esse sangue tanto servia para depois fazer as morcelas, como para fazer sangue cozido (isso mesmo, sangue cozido… bem espremido, com um pouco de alho e azeite e é um petisco do melhor)! Porco morto, sangrado, tapava-se o buraco da facada com um pouco de jornal ou até às vezes com um carolo do milho!

Agora era a hora de se utilizar a carqueja apanhada na manhã. O porco tinha de ser limpo dos pêlos e de toda a sujidade superficial da sua pele. Hoje, versão moderna, esta tarefa é normalmente feita com um maçarico, mas o tradicional é o tradicional… um homem que, com o auxilio de dois paus compridos passava pequenos molhos de mato a arder pela pele do porco… a seguir vinha o resto do pessoal munido de telhas meia-cana ou raspadores em metal, raspar a pele para tirar a sujidade e o pêlo queimado! Água, lavar, água quente para lavar as orelhas que eram logo abertas ao meio e a queixada…

Chegava a hora de o pendurar… tendões das patas traseiras à mostra e chambaril enfiado!

Abria-se o porco, tirava-se a tripalhada toda (que seguiam para a lavagem, mas esta parte conto em outra ocasião), pulmões, fígado, etc, etc… Lá diz o ditado antigo: “se queres ver o teu corpo, mata um porco”!

As primeiras assaduras começavam a sair e o porco ficava a “secar”, a escorrer umas 24 horas! Depois no outro dia, o animal era desmanchado, e a maior parte da carne começava-se a arrumar na salgadeira… Em camadas, ora de carne, ora de sal (daquele grosso!!). Os presuntos, lembro-me que eram esfregados com alho e também ficavam na salgadeira. Passados uns meses já estavam bons para se comerem.

Esta lengalenga toda para vos falar do papel importante da salgadeira que assim mantinha e conservava a carne durante o ano todo. Quando estava vazia, também era sinal que outro porco estava para ser morto.

Acredito que será uma das tarefas que nem todos gostam, especialmente quando o porco está para ser morto pois quase que toda a aldeia consegue ouvir os guinchos do animal, mas era assim que os nossos familiares antigos viviam no campo. A tradição, em algumas casas ainda se mantém… e muito bem!

Não sei se repararam mas, aproveitando o tema, fiz uma “chouriça” com o texto: comecei a falar da salgadeira e acabei nela! Há coisas fantásticas…!

Um grande abraço a todos,
JC

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Convivências.. em adegas!

Meus amigos,

Hoje venho ao blog para vos falar de uma actividade muito comum em tempos que já lá vão mas que alguns ainda, a muito custo, tentam manter: o convívio nas adegas!

Desde novo sempre me lembro de qual fosse a casa, oferecia-se sempre um copo e uma bucha para empurrar! O local de convívio era a adega. Não se ia para a cozinha, para a sala ou qualquer outro sítio: era na adega! Preparada sempre com uma mesa, fosse ela em madeira ou em cimento... e algumas até sem mesa. Mas havia sempre um elemento essencial: um copo ou púcaro… uma vasilha qualquer! E assim se enxaguava o copo, volteava-se a torneira do pipo (e torneira que se preze tinha de chiar…) e se enchia o copo. Ás vezes o mesmo copo servia para vários sendo o gesto de encher repetido tantas vezes quantas fossem precisas.

Com a pinga, havia por vezes algo para mastigar… umas azeitonas com broa, um pouco de presunto ou um queijo que estava a secar na tábua! Tempos… ainda no ano passado fiz uma rota(zinha) por algumas adegas, o que me valeu até rasgados elogios por parte de um proprietário (não pelo facto da visita, mas pela quantidade de copos bebidos...). Mas soube bem… contam-se umas histórias, recordam-se momentos, entre um copo e outro e lá se passa o tempo.

Há 2 adegas que gosto de visitar em S. Paio. Nada tem haver com o vinho dessas casas mas pela adega em si! Uma é a do ti’Zé Sevlho, chão em terra que mais parece cimento, uma mesa em cimento chumbada no chão (um factor de extrema segurança para mim… posso me encostar à vontade!), fresquinha, e o cheiro... a adega! Aquele cheiro característico… Muito bom! Outra, uma adega única pela sua arquitectura, a do ti’Joaquim “do Valeiro”! Também em terra, com um desnível ao longo da mesma que não dá muito jeito depois de uns copos, atravessada no tempo da chuva por um rego de água… Do melhor!

Depois, claro que há já umas versões mais modernas de adegas que também são muito boas… não me posso esquecer que este blog nasceu numa noite que culminou numa dessas adegas!

Hoje, estes convívios foram transferidos normalmente para anexos que as casas têm, com mais conforto, as próprias adegas têm outras condições e estrutura, havendo também mais copos à disposição! Os pipos de madeira em muitas casas deram o seu lugar a cubas de aço inox, o chão já não é de terra pisada e repisada, e muitas vezes já nem se vai ao pipo mas sim à garrafeira buscar aquela garrafa de marca, reserva não-sei-de-quando que estava ali à espera de uma ocasião para ser aberta. Talvez uma monocasta, coisa rara nas colheitas caseiras… Mas o que interessa é que estes convívios não se percam no tempo pois felizmente há bons produtos da lavoura vitivinícola! Muito proprietário, não deixou que as suas vinhas se transformassem num matagal e há mesmo muita vinha nova na nossa freguesia.

Um bom resto de feriado!

Um abraço,
JC

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os pastores produzem riqueza...

Meus amigos,

Esta foi uma frase que li já nem sei bem onde mas que gostei e hoje partilho com vocês. Venho de uma família de pastores e agricultores, como todos devem saber. Era a actividade dos meus avós e que os sustentou uma vida toda. Guardo muitas recordações na minha cabeça de tardes e tardes a guardar o gado com a minha avó, gado esse que com o passar dos anos foi sendo cada vez menos. A minha avó só deixou de sair com o gado para o monte já com 90 anos. Era o que os mantinha activos e com força para lutar no dia-a-dia.
Hoje em dia ainda há alguns rebanhos bem numerosos em S. Paio, mas venho-vos falar de um que já há muitos anos habita uma das zonas mais privilegiada (em termos de recursos naturais e paisagem), as encostas da Quinta do Barreiro.

Grande parte dos terrenos nesta zona pertencem a Jaime Duarte Baltazar, e nos quais desenvolve uma actividade de gestão florestal. Quem tem uma actividade destas, há sempre um inimigo que pode destruir em poucos minutos o trabalho de uma vida: o fogo!

Claro está, que manter uma mata cuidada, limpa é dispendioso se a limpeza for efectuada mecanicamente. Uma maneira de juntar o útil ao agradável é ter “limpadores naturais” do terreno, que é como quem diz, dedicar-se ao pastoreio e o gado caprino, além de ajudar e incrementar o desenvolvimento económico e rural da região, deixam o local onde andam a pastar livres de vegetação, zonas que eram de potencial perigo de incêndio. Além disso, fazem a manutenção selectiva das espécies de arbustos pois o tipo de alimentação do gado é diferente de verão e de inverno.

Imaginem também a vantagem que não é o pastoreio pois se caso a vegetação fosse mantida constantemente por corte mecânico, a acumulação de restos do corte seria muito maior, e isso mais não é do que biomassa que serve também como combustível para os incêndios florestais.

Estas serras sempre tiveram gado, pois lembro-me do ti’Zé Sevilho que quase todos os dias levava o seu rebanho desde da Gandara de Cima para a Quinta do Barreiro e lá as deixava. O sentido de orientação destes animais levava-as a regressarem à Gandâra de Cima ao anoitecer. Às vezes estava lá por casa do ti’Zé e lembro-me de ele dizer “eu só vou ali adiante esperar o gado…”. E lá se começava a ouvir os chocalhos.

Acho que houve uma vez que qualquer coisa as deve ter desorientado e então vieram sempre pela cota da água da barragem até à zona do lagar de S. Paio e subiram até à povoação, tendo aparecido junto onde hoje está a rotunda. Os GPS também falham…

É sempre bom ver o que é tradicional e rural…

Agradeço ao Jaime e ao Zé que tornaram este post possível…

VEJAM UM PEQUENO FILME AQUI  E AS RESTANTES FOTOS AQUI!

Um abraço,
JC

terça-feira, 23 de novembro de 2010

9º Passeio de Cicloturismo - FOTOREPORTAGEM

Dia 21 de Novembro de 2010!

O céu parece que abriu uma torneira, para descarregar copiosamente água em cima dos valentes ciclistas, que se propuseram cumprir o percurso delineado pela Associação. A participação não foi tão grande como nos últimos anos mas…compreendia-se, “até eu que estava dentro do carro do pirilampo, pensei duas vezes”.


Depois de termos deixado para trás, a Cruz do Soito, S. Pedro de Alva e Silveirinho, chegamos a Travanca do Mondego, local da paragem para o pequeno-almoço. Como não foi possível comer a bucha (e que bucha) ao ar livre, os elementos da Junta de Freguesia de Travanca do Mondego, disponibilizaram-nos uma sala, para afagarmos o estômago ao enxuto.

Foram de uma delicadeza extrema, mas para o que eu conheço do João Azadinho, nada me admirou. Engraçado, por ironia do destino, enquanto estivemos a comer, esteve um sol maravilhoso que deu para alguns se secarem um bocadinho e aproveitamos para ir à fonte, tirar uma foto do grupo. Não há dúvida de que, Travanca do Mondego ganhou ali naquele local, um espaço maravilhoso de recreio, lazer e convívio, que esperamos não venha agora a ser ensombrado pela construção duma ETAR - estação de tratamento de águas residuais, perto do local.

No retorno a S. Paio, a chuva continuou a ser a nossa companheira de viagem e tenho que enaltecer o esforço e a coragem de todos os ciclistas, em especial daqueles que carregados com jeropiga, bolinhos lá continuavam o seu degredo. Quero também deixar um cumprimento especial ao José Lopes e ao José Laurindo de Penacova, (benfiquistas de gema) que se associaram ao nosso evento, apesar de não ser um percurso muito apropriado para eles, até porque, são senhores cá duma pedalada, que nem queiram saber.
Depois de um belo banho, lá nos encontramos todos na antiga escola primária, que serve hoje de sede à Associação Cultural e Desportiva de S. Paio de Mondego, para saborear um belo almoço (torresmos e batata cozida). Estava bastante mais gente, (cerca de oitenta pessoas) e depois deste excelente repasto, ainda tivemos a companhia do Vereador do desporto Sr. Ricardo Ferreira, até que por volta das 16 horas, as castanhas começaram a saltar quentinhas e andar de mão em mão, no magusto que a essa hora começou.

Uma palavra também de carinho e agradecimento ao António Coimbra fotógrafo de serviço, porque apesar do tempo e de guarda-chuva na mão, não deixou de tentar fazer a melhor reportagem possível.

Um agradecimento também à Cruz Vermelha (Delegação de Laborins), pela presença de quatro elementos que acompanharam o passeio até ao final, tendo ainda ficado dois para confraternizarem connosco no almoço.

E pronto, assim se passou mais um dia deste tempo de crise, tantas vezes anunciada, tendo a Associação cumprido na íntegra, mais uma actividade do seu programa anual. Bem-haja a todos por terem aparecido.

Para verem todas as 240 fotografias, CLIQUEM AQUI!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Trabalhos do campo...

Meus amigos,

Hoje venho ao blog para continuar uma saga que comecei já este ano sobre “trabalhos do campo”!

Se no principio deste ano vos falei sobre a apanha da azeitona, este processo ficou sem a respectiva conclusão que é o trabalho após a apanha: o lagar!

Então, depois de apanhar a azeitona, temos de a levar ao lagar. Normalmente ela é ensacada e assim transportada ao lagar. Chegado a este (e aqui posso começar a divagar um pouco pelo que agradeço correcção caso diga alguma barbaridade!), a azeitona é lavada afim de se limpar alguma impureza que ainda resista no fruto, é pesada e triturada! Esta trituração vai permitir obter uma massa / pasta homogénea (moenda). Este grau de trituração ou moagem é ajustado consoante o estado de maturação da azeitona. Ou deveria ser…

Esta massa é batida e aquecida simultaneamente numa termobatedeira durante cerca de 45 minutos a uma temperatura inferior a 30ºC. Este processo é para garantir uma melhor qualidade do azeite!

A seguir a este passo do processo, tem-se que “encapachar” a massa… É isso mesmo, colocar a massa em capachos! Disto lembro-me de ir algumas vezes ao lagar de azeite do Silveirinho e logo à entrada era possível observar este processo. Uns capachos redondos, com um buraco no meio, e lá estava um senhor que, com bastante habilidade, colocava uma camada da massa em toda a volta do capacho e os ia empilhando num prato! Hoje sei que é um prato de uma prensa hidráulica. Dava um quadro engraçado, ver os capachos todos empilhados, todos certinhos!

Chegou a hora de eles serem apertados, literalmente! Seguem para a prensa (hidráulica)! A prensa começa a subir, e os capachos começam a ser apertados, comprimidos, “entalados”, de modo a garantir que há a separação entre os sólidos e os líquidos. Neste processo obtém-se 2 subprodutos, uma mistura de água e azeite de cor negra, e o bagaço. Este bagaço não é mais do que partes da polpa da azeitona, epiderme e o caroço (que não dá muito jeito que vá junto do líquido precioso)!

Depois há que fazer o processo de separação entre o azeite, a água e restantes impurezas. Um processo que é algo demorado. Utiliza-se, no lagar, a diferença de densidades da água e do azeite para se fazer uma primeira decantação. Nesta fase não estão retiradas todas as partículas e impurezas ao azeite. A centrifugação do azeite é que vai permitir obter um produto puro e pronto a utilizar. Após todo este trabalho o azeite está pronto a ser consumido.

Só umas curiosidades sobre o azeite (algumas são pessoais e por isso não façam disto uma regra): o azeite é talvez das gorduras mais saudáveis que temos. O azeite contém gorduras monoinsaturadas, um tipo de gordura saudável que consumido em moderação (nunca esquecer que a dose faz o veneno…), pode reduzir o risco de doenças cardíacas, pois favorece a redução do LDL (se vocês virem os resultados das análises do sangue, vem lá este parâmetro), que não é mais  do que o colesterol “mau”! Além disso, o azeite tem uma série de anti-oxidantes que favorecem o desempenho do nosso organismo, como os polifenóis.

Hoje em dia tem-se o hábito de quem compra azeite achar que quanto mais amarelinho, melhor! Pois, esse azeite, quando está muito amarelinho é porque já sofreu oxidações por exposição à luz e por consequência, perdeu algumas das suas melhores qualidades. Por isso é que o azeite deve ser guardado em recipientes escuros, protegendo assim da luz! Se o azeite tiver uma cor esverdeada, melhor!

Outra situação que tem ligação com a parte comercial deste produto, para mim só deveria haver a classificação de Extra-Virgem e Virgem, pois esses são os verdadeiros, como nós os conhecemos na nossa terra. Tudo o resto que tem uma denominação de venda “Azeite” são provenientes de azeite refinados e esse é um processo que purifica o azeite, em toda a sua plenitude! Ou seja, limpa as impurezas e limpa o que é bom! É um processo que “limpa” também as vitaminas e os anti-oxidantes naturais do azeite!. E a meu ver, o grau de acidez também não é importante… mas é uma opinião pessoal!

De resto, venha bacalhau para se fazer uma tibornada e regar com azeite novo! E uns tintos, também!

As fotos são do Alexandre e já estavam a criar pó na minha pen desde do ano passado!

Um abraço,
JC
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domingo, 14 de novembro de 2010

9º Passeio de Cicloturismo - ACDSPaio

Meus amigos,

Vai-se realizar já no próximo dia 21 de Novembro, o 9º Passeio de Cicloturismo, organizado pela Associação Cultural e Desportiva de S. Paio.

Uma oportunidade de tirar a ferrugem à bicicleta que está lá em casa (o Zé Neves não pertence a este grupo!), fazer um pouco de exercício, conviver, passar um dia diferente!

S. Paio em movimento!

Um abraço,
JC

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Faleceu D. Maria Esménia Dias

Faleceu a D. Maria Esménia Marques Cordeiro Dias, vítima de doença súbita. Era casada com o Sr. Virgílio Dias e tinham um café que ainda exploravam, à entrada do ramal da Fábrica de Cerâmica Estrela de Alva. Oficialmente, o sítio onde moravam ainda pertence ao concelho de Arganil mas, como é compreensível, sempre se relacionaram mais com o concelho de Penacova.

Quis o destino que partisse antes da sua mãe, que já conta 97 anos de idade e contra isso nada se pode fazer. O funeral vai-se realizar, dia 12 de Novembro de 2010, pelas 08,30 horas, para o cemitério de S. Pedro de Alva, onde deve chegar por volta das 09,00 horas.

Uma vida de serviço, de dedicação extrema às filhas e a toda a família, terminam assim de forma abrupta e sem ninguém contar. Às vezes dizemos para connosco, que se calhar, é uma forma bonita de as pessoas partirem, mas quanto a mim, acho que as pessoas, partindo assim desta forma, nem dão tempo aos familiares de se despedirem e isso deixa uma marca muito maior.

O certo é que morrendo duma forma ou de outra, deixamos atrás de nós tudo o que na terra possuímos e levamos para bem longe tudo o que somos. Agora ficam as lágrimas de sofrimento por essa partida brusca, ficam os olhares marcados pelo luto que se começa e fica aquela saudade, que nunca mais se apaga do pensamento.

Foi uma "mãe" para muitos, pois trabalhou na escola de Lufreu e era ela que tratava da cozinha. Naquele tempo, em alguns casos, o almoço dado na escola era a única refeição que as crianças comiam. Muitas vezes, e relatando histórias que sempre ouvi lá por casa, os miúdos chegavam todos molhados à escola e a professora (acho que era a D. Benilde), mandava-os ir à cozinha para se aquecerem e secarem a roupa. E lá estava a D. Esménia para ajudar.

O blog de S. Paio de Mondego, aproveita para enviar as condolências a toda a família e em especial à Alda, ao pequenino Salvador e ao Alceu dos Santos Fernandes, presidente da Assembleia de Freguesia de S. Paio de Mondego.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A DREC continua a “fazer das suas”...

Meus amigos,
chegou ao blog um pedido de divulgação...

Como muitos devem ter crianças afectadas por esta situação, aqui fica!

Abraço,
JC
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DREC CHUMBA TURMAS JÁ EM FUNCIONAMENTO HÁ mais de UM MÊS

A DREC continua a “fazer das suas” e a complicar a vida ao Agrupamento de Escolas de Penacova.

Ora aprova turmas, ora desaprova, ora vem exigir que tenham um limite mínimo de alunos, ora exige limite máximo, ora obriga à fusão, enfim!... É para onde lhes dá!

Depois de reprovar a constituição das turmas dos 6º e 9º anos que a Direcção do Agrupamento tinha proposto, já com os respectivos horários e professores distribuídos, deixando com isso os professores “pendurados”;

Depois de ter obrigando à reorganização de tudo, que atrasou toda a preparação do arranque do ano escolar;

Depois de impor a fusão de algumas turmas já em actividade, nalgumas disciplinas, também já dotadas de professores, obrigando a “baralhar tudo e dar de novo”, dificultando novamente a distribuição de salas, horários, disciplinas e professores;

Depois de não ter posto qualquer entrave, no início do ano lectivo, ao arranque dos cursos CEF de Bombeiros e de Empregado Comercial, de tipologia 3, destinados a alunos que estão a concluir o 3º ciclo e que já vinham desde o 5º ano em turmas de percursos alternativos;

Depois de estas turmas terem já mais de um mês de aulas nas respectivas áreas, com a afectação de professores do Agrupamento que para isso estavam disponíveis;

Depois de só agora alertar para algumas irregularidades no CEF tipo 2, Electricista de Instalações e após autorização de funcionamento;

Depois de tudo isto e muito mais, …

Vem agora a DREC comunicar que essas irregularidades são da responsabilidade do Agrupamento e têm como consequência, a não homologação deste curso, após 1 mês e meio de aulas…

E, como se não bastasse,

Chumbar a turma de Bombeiro, cujos alunos estavam em vias de completar o 3º Ciclo nesta via, deixando mais uma vez os nossos jovens, os professores e a Escola “pendurados” numa decisão que ninguém consegue compreender.

Mas não é só:

Também a turma Profissional de Turismo Ambiental e Rural, com 26 alunos não passou na censura, desta vez por ter alunos a mais, “chutando” alguns alunos para outras vias – o que não chegou a acontecer, por insistência da CAP - quando para o 6º ano tinha sido exigido esse número como o mínimo! Vá-se lá saber porquê!

A Associação de Pais, indignada com esta atitude de prepotência e desorientação da DREC exige mais respeito pelos alunos e pelo trabalho de todos e que se mantenha a turma de Bombeiro – formação que considera da maior importância para este concelho e para os jovens nela envolvidos – tanto mais que, como sabemos:

· Os Professores continuam a estar disponíveis na Escola e têm vindo a dar as aulas desde o início do ano lectivo, não acarretando acréscimo de despesa.

· A turma já só necessitava da validação para contratação, de técnicos especializados, cujo pagamento provinha do POPH, não significando mais despesa para o erário público;

· O nosso concelho ser essencialmente florestal e atravessado por vias de comunicação de grande sinistralidade, que a todos nos afecta e preocupa, e que dão muito trabalho aos Bombeiros.

Penacova, 10/11/2010

A Associação de Pais e Encarregados de Educação do

Agrupamento de Escolas de Penacova,
Eduardo Ferreira

Presidente da Assembleia-geral de Pais


Para saber mais:
Pedro Viseu – Presidente da Direcção – Telef. 963746018
Eduardo Ferreira - 919631053

terça-feira, 9 de novembro de 2010

À VOLTA DE RECORDAÇÕES...

Agarrando alguma réstia de vontade que ainda por aqui existia, fui dar uma volta pela Freguesia e passei por aquele emaranhado de eucaliptos nas Gândaras, que ninguém proibiu que se plantasse, em terras que em tempos davam milho, trigo e centeio alimentando esta e outras populações em redor e lá fui em direcção àquela imensidão de águas paradas, de várias cores nos parecendo, que mais não é do que a albufeira da Barragem da Aguieira.

A ideia era tirar umas fotos, apreciar a paisagem e tentar descobrir o sítio de amarração dum cabo de que mais adiante falarei e ver se havia por ali algo de novo sem contudo me perder, o que me impediria de voltar a casa a tempo de uma bela caldeirada de cabrito, que nos tempos que correm, todos lhe chamavam um figo. Estava um dia frio de Outono e a neblina, que agora é mais do que natural, situava-se pouco mais que três metros acima do nível das águas. Havia um pequeno ondular que trazia a água aos empurrões até à borda, num vai e vem constante e sereno. Com o tempo assim frio, quase gelado, vieram-me à ideia imagens de outros tempos… que nunca mais esquecerei e que ficarão para sempre gravadas nas memórias do meu córtex cerebral.

Consegui encontrar no meio de uma imensidão de silvas, o tal ponto de amarração dum cabo mas que não consegui fotografar. Vi de longe, de muito longe e lembrei-me da história e para que ele servia. Em tempos atrás, a Fábrica de Cerâmica da Estrela de Alva, precisava de passar o rio, para colocar do outro lado, no concelho de Santa Comba Dão, as telhas e tijolos que produzia e assim com as ideias sempre muito bem engendradas pelas gentes daquela família, colocaram um cabo nesse ponto de amarração e passavam sem grande dificuldade para o outro lado, esses materiais, que depois iriam ser transportados por carroças para a estação de comboios do Vimieiro, em Santa Comba Dão e assim serem depois transportados para vários locais do país.

No meio daquela imensidão de águas, consegui ver lá no fundo as rodas que tiravam a água do rio Mondego, os lagares de azeite ao lado da ribeira, as terras pretas das várzeas amanhadas e tratadas como se ouro se tratasse, os peixes que subiam o rio Mondego e iam desovar às ribeiras do Covelo e de S. Paio. Numa ponta do concelho de Penacova, simplesmente com o rio e a ribeira a fazer a fronteira com os concelhos de Santa Comba Dão, Tábua e Arganil, ali estava aquela terra, a nossa aldeia de S. Paio que nesses tempos, parecia um condomínio fechado, como há dias me disse um colega meu.

Tentei a pouco e pouco perceber, o que tínhamos ganho nós, com a construção de açudes tão grandes como a barragem do Coiço e a barragem da Aguieira. Ficamos sem coisas tão importantes para as nossas vidas, a troco do progresso e desenvolvimento, só que pouco beneficiamos nós dessas coisas, antes pelo contrário, cortaram-nos estradas, partiram ao meio propriedades florestais, que ficaram sem acessos dum lado para o outro nas bifurcações dos valeiros e hoje vagueamos à toa, olhando para aquela imensidão de águas que irão produzir energia para todos e até servir de contra-partida para os Espanhóis.

Recordar estes tempos antigos nem sempre nos fazem bem, mais ainda, quando da recordação, fica uma imensa saudade do rio que hoje não temos, que não vemos e que ainda hoje sabemos que chora aumentando o seu caudal, pelas nossas roupas, pelos nossos lençóis brancos a corar, pelos cobertores bravamente batidos nas pedras de lavar, pelas colchas lindas de festa. Esse rio que perdemos, que nos deixou, enche-se agora de prosápia, mostra-nos os barcos de recreio, as motas de água, os mergulhos e as quedas dos praticantes de jetski e acumula os lixos que perduram nas suas bordas, os rastos de óleo, e mostra-se imponente na grandeza da altura das suas águas, mas deixou de ser o nosso rio Mondego, por quem alteramos em tempos o nosso próprio nome.

Voltei a olhar para a neblina que a pouco se desfazia, porque pequenas gotas de água estavam a querer cair do céu, a chamada “chuva molha tolos” e começaram a querer entrar na minha parca roupa. Senti arrepios de frio e decidi voltar para o aconchego do meu lar. Não foi seguramente uma boa ideia, ter ido dar uma volta pela Freguesia, mas por outro lado, ao chegar a casa, alguma lenha já ardia na lareira. Foram reconfortantes aqueles momentos em que o meu corpo recebeu o calor dum fogo real e isso fez com que tivesse passado este domingo, ao quentinho, como se de um domingo de inverno se tratasse, escrevendo e teclando ao sabor dos tempos e da memória. “Ah, e a caldeirada estava excelente”.
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* o texto é de António Catela e as fotos do Zé Alberto


   

domingo, 7 de novembro de 2010

Oliveira... na rotunda!

Meus amigos,

Hoje venho ao blog só para vos mostrar uma curiosidade!

A rotunda de S. Paio (por enquanto a única…), tem um ser vivo a habitar nela! Quando se fez o acabamento, foi transplantada para lá uma oliveira. Até a própria deve ter estranhado ser deixada por ali. Outras vezes também se deve sentir confusa pois os veículos passam tanto à sua direita como à sua esquerda quando se dirigem para povo… Mas deixando esses pormenores e indo à razão deste post: a oliveira adaptou-se à sua nova casa e este ano deu fruto! Uma bela azeitona, grande, lisa, sem estar estragada.

Estou em condições de afirmar que a quantidade de azeitona apanhada foi cerca de um balde, e vai-se proceder à curtição da mesma.

Sendo a oliveira de propriedade da Junta de Freguesia, depois do processo a que a azeitona vai ser sujeita, ela será dividida pelos vários elementos da Junta! Quem quiser prová-las…

Um abraço!
JC
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A IDADE IMPORTA…!?

Um século, uma vida, o findar dos reinados que já não viu, a pobreza verdadeira, de viver no interior obscuro de Portugal, apesar de tão perto do mar. Esta terra de S. Paio que a viu nascer, se calhar de onde nunca saiu, regista hoje com carinho mais um aniversário da pessoa mais velha da nossa terra, a Maria da Conceição mais conhecida por, “MARIA SEVILHA”.

Os anos passaram lentamente e marcaram o rosto agora sulcado de rugas e entristeceram uns olhos carregados de intensidade e grandes. O corpo esguio e magro que se manteve quase sempre assim, uma alegria denunciante e brilhante num sorriso sempre aberto, as “mesinhas” que aprendeu a fazer e que tentou passar às pessoas mais novas, onde era obrigatório acreditar que, era possível tirar o quebranto, que era possível tirar o sol, que era possível tirar o “cobrão”, que era possível tanta coisa, desde que acreditássemos.
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Assim o tempo foi passando por ela, ou ela passou pelo tempo e chegou a esta bonita idade de cem anos, que comemora hoje, em pleno Centenário da República, na casa de seus familiares que a acolheram já há alguns anos. Esta idade que todos sonhamos alcançar, só que de forma ainda lúcida e tranquila assim como ela, não é para todos, por isso, o Blog de S. Paio de Mondego, escolheu esta forma simples e singela, para deixar uma homenagem muito especial à Ti Maria Sevilha, desejando-lhe que ainda ande por aqui mais uns anitos e dar-lhe os parabéns por mais um aniversário, mas este especial por ser o centésimo.

Longa vida e votos de muitas felicidades, é o que desejam do fundo do coração, as pessoas que vão mantendo este blog de pé, apesar de todas as dificuldades sentidas!


A Junta de Freguesia, foi oferecer este ramo de flores e este bolo à Ti Sevilha.

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

I Encontro de Bandas de Mondalva - fotos e video

Meus amigos,

Embora já tenha cerca de 1 mês, nunca é tarde para recordar dias diferentes que ocorrem na nossa terra.

Assim foi no passado dia 19 de Setembro com o I Encontro de Bandas de Mondalva que juntou algumas bandas, mais precisamente 4, que vieram animar o dia de algumas freguesias.

A S. Paio calhou a Banda de Pinhel que assim percorreu as ruas da freguesia, culminando num almoço nas Ermidas.

Um dia diferente na aldeia!
Ficam algumas fotos e um vídeo! Para ver o video, CARREGUEM AQUI!

Um abraço,
JC

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Gosto de acordar na aldeia!

Meus amigos,

Hoje venho ao blog simplesmente para escrever um pouco… treinar a escrita! Isto é como andar de bicicleta, nunca se esquece mas é preciso treino!

Este domingo acordei em São Paio! É sempre uma agradável sensação vir à varanda e sentir o fresco da manhã. O contraste da casa quente pela lareira que ficou acesa com a brisa matinal que estava do outro lado da porta! É mesmo encher os pulmões e respirar fundo… nada de novo para quem vive lá, mas para um citadino é algo estranho não se sentir o monóxido de carbono que a cidade tem no ar (daí que eu devo andar todo queimadinho por dentro… muita coisa se explica nesta frase!). Gosto de acordar na aldeia!

Mas não é só o corpo que fica repleto, a alma também fica cheia. Uma história curiosa, quando eu era miúdo e já a ideia me puxava sempre para S. Paio, dependia dos meus pais para ir à “terra”. O meu pai sempre viajou muito durante a noite. Então, frequentemente eu adormecia no carro durante a viagem e a minha mãe fazia o transbordo do meu corpinho do carro para a cama. De manhã acordava meio espantado e era prática comum beliscar-me para ver se estava a sonhar… não, era realidade e eu estava no Val-das-Casas! Gosto de acordar na aldeia.

Todas essas lembranças estão aqui guardadas e sempre que olho para a povoação elas efervescem na minha cabeça! Gosto de olhar para a povoação a acordar e já nem me importo do galo que perdeu noção do tempo e cacareja ás 4, ás 5, ás 6 da manhã… tanta vez esteve para levar uma chumbada de pressão de ar!!! A névoa misteriosa branca que paira sobre a povoação, o fumo de uma queimada, o som de uma motorizada ecoa no vale… há vida! Gosto de acordar na aldeia!

Pequeno almoço, banho, e pés ao caminho… Gandâra, Val-de-Açores, Ribeira da Bogueira, Ferrugem, vim sair à vinha do “ti’Fortunato”… ainda era para ir pela Remolha e seguir para casa, mas decidi ir povo acima. Assim foi…

Entretanto eram horas de almoço e parece mal chegar tarde! Ficam aqui algumas fotos que fui tirando pelo caminho!

Abraço! Regresso muito em breve!
JC