quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Bom Ano Novo!!!

Hoje não me vou alargar muito! Estamos no último dia do longo ano de 2009… Longo!!?Os anos cada vez parecem mais curtos, rápidos, desgastantes, agitados! Um ano marcado por uma palavra: crise! Para nós, acho que mais empurrão daqui ou dali, as coisas foram andando e seguiram o seu rumo normal!

Fico muito contente por concluir mais um ano civil com este projecto do blog! Faço muitas coisas na vida, mas as mais gratificantes são aquelas em que nos sentimos úteis… sentimos que fazemos algo que, algures, alguém se sente reconfortado e talvez até sorria. E um sorriso vale muito… numa criança, num adolescente, num adulto!

Transcrevendo parte de um texto do blog de uma amiga minha, podemos dizer que “(…) olhando com atenção para o estado da Nação - aumento preocupante da taxa de desemprego; barbaridade de empresas que todos os dias fecham portas, algumas de forma inesperada e fraudulenta, deixando famílias inteiras sem sustento nem assistência; falta de investimento directo que compense a desaceleração da economia; falência iminente da segurança social; forma escandalosa como os casos de polícia, (…), se arrastam, se enrolam e se dissipam pelos tribunais; relação promíscua entre a imprensa e a política; sucessivos casos de corrupção ao género máfia na Sicília; para já não falar da pedofilia, que já está arquivada no nosso imaginário, e outros escândalos que tais... (…)”, podemos dar-nos por muito felizes de ter um cantinho como S. Paio.

Não me vou alongar mais, até porque estou no trabalho, por isso resta-me desejar um FELIZ ANO NOVO, muita saúde que o resto lá se arranja!

Um grande bem-haja, um agradecimento muito especial a todos quantos colaboram comigo neste projecto, e um muito, muito obrigado a todos que nos lêem, em qualquer parte do planeta (mania das grandezas!).

Até para o ano! Cá nos encontraremos!

Um abraço,
JC

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Natal, essa época de sentimentos...

Meus amigos,

Com o Natal passado e em tempo de pousio dos excessos sempre cometidos nesta época pois o Ano Novo vem aí, eu hoje vou falhar como as notas de 500 euros falharam na minha árvore de Natal deste ano… num post anterior disse que voltaria com uma rubrica “trabalhos do campo…”, mas suponho que tal já só vai acontecer para 2010!

Sendo assim, venho hoje falar-vos sobre o Natal. O Natal foi sempre uma época da qual gostava e gosto de passar na aldeia. Há uma certa mística entre a humidade que se faz sentir no ar próprio de uma época de chuva, o fumo e cheiro da lenha queimada que saem das chaminés das lareiras e o frio. Estes três factores conjugados, para mim, são um dos mais belos postais reais que me podem oferecer!

O Natal na aldeia tem outro sabor! Acreditem que tem…! Este ano, como devem ter reparado, não houve o tradicional cepo de Natal na noite de 24 para 25. Uma série de coincidências não tornou tal possível. Não que a tradição tenha acabado, mas assim também se dá o valor a certas coisas que aos olhos de alguns, são coisas banais… mas não o são! Na noite de Natal, sempre fui habituado a fazer a refeição do jantar / ceia em família. Já no Val-das-Casas era assim… Depois começavam os mais velhos a abeirarem-se do “vale das mantas” e eu, por norma, pegava em qualquer coisa de bebida e vinha até ao povo. Normalmente o Café Craveiro estava aberto. Bebiam-se uns copos e perto da meia-noite íamos subindo em direcção ao adro… Estava na hora de repenicar o sino!!! Seguidamente, os cepos eram o destino!! E muitas vezes fui para casa com a luz do dia. Era dormir umas horas (poucas…) e rumar à missa! Era quase um ritual… ano após ano! Hoje, já não me lembro do último ano que passei o Natal em S. Paio. Provavelmente foi no ano 2000. Houve anos que cheguei a ficar com geada no cabelo, por isso vejam aos anos que isso foi!!!

Outra coisa que sempre gostei de ver nesta época era o presépio que faziam na Igreja de S. Paio! Lindo, com muitas figuras, musgo natural… Lindo!

Este ano, a tradição manteve-se e a grande responsável por tal foi a Ilda “do ti’ Zé Neves”. Ora, um grande bem-haja para ela! Ficam aqui algumas fotos!

Por hoje me despeço, não até para o ano, pois ainda terei tempo para fazer um resumo anual e talvez, quem sabe, um flagrante!

Um abraço,
JC
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Iluminações de Natal...

Meus amigos,

um pouco por toda a povoação, as iluminações de Natal marcam a época!

Um abraço,
JC

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ajude quem nos ajuda… os Bombeiros!

Principalmente nos meses de verão, tendo sempre o trabalho ingrato de lutar contra quem tem armas diferentes: o fogo! Mas não só nestes meses que estes homens e mulheres apoiam a população. Toda a assistência em casos de acidentes, quer sejam rodoviários, pessoais ou naturais… De dia ou de noite, eles lá estão!

Numa iniciativa do Diário "As Beiras" que neste Natal, soube reforçar o apreço pela actividade desenvolvida pelas Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e vai levar a efeito uma campanha de angariação de fundos, através da venda da edição de hoje, dia 17, do Diário "As Beiras".

"A Direcção da Associação dos BV de Penacova, regista com grande satisfação o generoso gesto da SOJORMÉDIA, SA-Diário As Beiras, e não pode deixar de dizer aos Sócios e à população em geral, que ao comprarem a edição do Diário "As Beiras" do dia 17, estão também a contribuir para os seus Bombeiros, o que quer dizer, que estão a colaborar para a manutenção da prestação do socorro em qualquer situação de emergência.

Como é sabido, as Associações de Bombeiros vivem sempre com muitas dificuldades, não só porque o número de serviços aumentou significativamente e as exigências da população e do mundo moderno são hoje muito diferentes e requerem respostas adequadas, mas, sobretudo, por falta de um quadro legal de financiamento ajustado, que permita fazer face às despesas do dia-a-dia.

Reiteramos, os nossos sinceros agradecimentos ao Diário "As Beiras" e, antecipadamente, a todos os cidadãos que no dia 17 adquiram o Jornal."


O texto foi retirado do site dos bombeiros de Penacova.

Resumindo, basta comprar HOJE o diário “As beiras” e automaticamente estão a ajudar os Bombeiros!

O Natal também é uma partilha!

Um abraço,
JC

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Recordar é viver...

Meus amigos,

No seguimento da saga “Recordar é viver”, venho hoje ao blog para vos mostrar outra Fonte existente entre S. Paio e o marco geodésico da Estrela d’Alva, de seu nome Fonte do Vale d’Alva.

Ao contrário da Fonte das Ermidas, onde já fui em Novembro último, esta não sei nem como lá chegar. Foi o nosso repórter de campo que tirou estas fotos!

Fica o registo! Voltarei amanhã com “Trabalhos do campo…”. Uma nova saga! Inventei agora!

Um abraço,
JC
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Partiu o amigo Alípio Santos Cordeiro!

No dia 07 de Dezembro de 2009, faleceu no Hospital da Universidade Coimbra de doença prolongada, o nosso conterrâneo e amigo Alípio, de 44 anos de idade, natural de S. Paio de Mondego. Só Deus, o Jorge e eu, sabemos porque só agora colocamos a informação no Blog mas, não podíamos deixar de o fazer.

O Alípio percorreu caminhos de França na luta por uma vida melhor e tudo foi acontecendo naturalmente, desde o casamento, ao nascimento dos filhos, à construção da sua casa porém, de repente, o barco tombou para o lado, numa tempestade que ninguém conseguiu controlar e ele próprio perdeu o leme desse barco.

Fazes-me falta amigo e só nós os dois sabemos as alegrias que ainda viveste, mas também as tristezas que sentiste ao longo da vida e que às vezes num abraço, me dizias ao ouvido. Teria muito para dizer do que passamos os dois mas, de nada vale, tu sabes e eu também sei, é o que importa!

Deus levou-te para ao pé dele e aqui ficaram dois pedaços de ti, a Lucy e o Pedro que sem entenderem muito bem a tua partida, cá ficaram para um dia serem o teu orgulho.

As lágrimas sempre fizeram parte da vida deles mas, nunca esquecerei o sorriso que colocavas nos teus lábios, sempre que eles se sentavam ao teu colo e lhes reconhecia o amor que tinham.

Peço-te desculpa, por não te ter conseguido ajudar mais, ou se calhar por não ter feito mais por ti mas, também te perdoou por não teres tido a força que era precisa para enfrentar a vida, para lutar contra as adversidades. Porém agora, também já nada importa e na minha memória, só tenho guardado aquele nosso último jantar com todos em família, onde vivemos momentos de grande felicidade.

Ficas para sempre nos nossos corações e acreditamos que ao deixares de sofrer, Deus tem para ti um lugar guardado, onde poderás enfim descansar em paz.

António Catela.

Quim Barreiros, esse marco musical…

… que anima tantos arraiais por esse País fora! Baile que não tem uma música do Quim, não é baile.

Há uma melodia deste cantor, que diz “(...) eu vou comer até me lambuzar porque se eu não comer vem outro e come no meu lugar (...)”! Onde é que isto se enquadra no assunto de hoje: em nada! Mas achei que dava um bom paralelismo!

O que eu trago mais uma vez ao blog é o assunto da preservação de locais históricos, marcos importantes na história de um povo, de uma aldeia, de uma região. A história dos nossos bisavós, avós, pais, a nossa, que o tempo (o temporal e o “tempo” em que vivemos) teima em querer apagar e esquecer. Não será por vergonha que alguém quer esquecer este passado, com certeza!

Ora, é com alguma satisfação que vejo a vila do concelho a aderir ao conceito que já algum tempo venho aqui a falar: os caminhos pedestres! Foi ao ler o Penacova Actual que vi a notícia e da qual retirei parte do texto e a foto.

Parte do texto publicado dita assim: “Aquilo que me trouxe outra vez à escrita foi tão só a colocação de placas indicativas de alguns dos inúmeros percursos pedestres que é possível fazer pela freguesia. Coisa sem importância dirão alguns, coisa de bastante importância dirão outros. O que eu digo é que tais iniciativas, visam sobretudo oferecer a quem nos visita, outras coisas para além daquelas que todos já conhecemos. A simples colocação daquelas placas indicativas, como carácter informativo, já diz alguma sobre a importância que (…) dão a Penacova e às suas naturais belezas e à forma como encaram o aproveitamento das suas potencialidades. Com esta pequena iniciativa, conseguir-se-ão, num futuro próximo, diversificar as ofertas turísticas de Penacova, bastando para isso que os circuitos permaneçam livres e desimpedidos e que as placas, para além de indicarem os possíveis percursos, (…).”

Talvez um exemplo a seguir! Seria uma inovação numa freguesia da dimensão da nossa, talvez… Atenção que este texto, à semelhança do que tem sido o conceito e filosofia deste blog, apenas quero realçar a parte cultural e desportiva deste assunto.
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O primeiro pensamento será: "mas quem é que vai ligar a isto??!"
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Não sei, mas pelo menos haverá sempre alguém que terá curiosidade em conhecer estes lugares e estruturas. Por exemplo, um dia destes, estava a jantar com o nosso amigo António Costa, e perguntei-lhe ele já tinha ido à fonte de S. Paio. A resposta foi afirmativa, mas a primeira vez que lá se deslocou, foi no verão passado. E foi porque o blog falava da fonte…. Ali tão perto e nunca tinha lá ido. Como ele, provavelmente muitos não conhecem.
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Outra situação e para a qual também eu contribuo é a desertificação. S. Paio está a ficar com menos gente! Temos de criar estruturas apelativas para novas gentes, para retorno para muitos que estão fora, de fixação dos mais novos! Eu sei, é uma faca de dois gumes! Pode ser bom, pode ser mau…. Se não se tentar, não sabemos!
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Um abraço,
JC

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Esmiuçando por S. Paio...

Meus amigos,

Antes de continuar para o tema que hoje trago novamente para este blog, peço desculpa pela minha ausência. Tenho 2 períodos críticos de trabalho: durante as férias da minha chefe e o final do ano comercial. Há prazos, objectivos para cumprir, é o esmiuçar tudo e todos… e quando se fazem coisas urgentes, não se tem tempo para o que realmente é importante: o blog!

Não é falta de material para publicar (e felizmente tenho muito “em gaveta”), não é a falta de notícias (que nem sempre são alegres… voltarei ao blog para vos falar do falecimento de mais um sampaiense: o Alípio Brandão).

Por falar em esmiuçar, é uma palavra que hoje em dia anda muito na moda…

Olha, quando se começa a esmiuçar um assunto, o mal é mesmo esse! É o começar… depois começamos a tomar mais atenção ao que está em nosso redor e eis que se encontram autênticos crimes contra Natureza...

Para os lados do Vale dos Chumassos (ou Chumaços?!) encontrou-se um autentico ferro-velho! Continuo a perguntar: haverá algum orgulho nestas acções?

O Alexandre Madeira, que enviou as fotos pergunta: “Há alguma entidade ao qual se possa apresentar um pedido para limpar isto? Até eu vou buscar o lixo, desde que tenha para onde o levar...”.

Não estou aqui armado em ambientalista, nem em membro do Greenpeace (ou então um dia destes pendurava-me no sino da Igreja com uma faixa a dizer “NÃO AO LIXO NAS MATAS”), mas sinceramente situações destas são lamentáveis e hoje em dia há entidades e locais que recebem este tipo de detritos.

Há que proteger o amanhã!

Um abraço,
JC

Estou vivo...

... embora não pareça!

Mais logo já volto ao ataque que este mês já vai longo....

Saudades?

Um abraço! Até já!
JC

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Actividades do Núcleo Sportinguista de Penacova

Meus amigos,

Chegou ao mail do blog, o pedido de divulgação de mais 2 actividades do Núcleo Sportinguista de Penacova.

Um abraço,
JC

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Flagrantes da vida real...

Neste momento, na passarelle, ti'Zé Neves com um modelo de mala "Cafés Silveira"!

Colecção Primavera - Verão 2010!

Um abraço (especialmente ao ti' Zé!!! que continue por muitos e bons anos a fazer brincadeiras destas!)
JC

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Na cauda da Europa….

Meus amigos,

É uma expressão muito usada, ouve-se em qualquer telejornal e lá está a noticia que estamos na cauda da Europa… quanto mais não seja pela nossa posição geográfica!

Mas o que nos coloca por vezes nesta posição? É precisamente ter comportamentos e acções que envergonham qualquer ser humano.

Ao longo destes anos que faço o blog (com a vossa ajuda, claro está…) muitas são as vezes que se mostram acontecimentos que nos fazem encher de orgulho. Embora pequenos, fazemos “acontecer”! Há um velho ditado que diz: “No melhor pano, caí a nódoa!”…

E é aí que entra o assunto de hoje! Na última vez que fui a S. Paio, passei pela Gandara. Registei algo que não me agradou. Passados poucos dias recebo umas fotos e texto do Alexandre sobre o mesmo assunto! Então vamos a isto… Eu gostava de entender o que passa na cabeça das pessoas para espalhar lixo doméstico pelas matas!!! Eu já nem estou a falar de locais perto da barragem onde há sempre alguém que deixa uma garrafa de cerveja ou latas de conservas! Estou a falar de pinhais / eucaliptais na Gandara onde são lançados lixos domésticos! Expliquem-me que eu sinceramente não entendo!!!
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Eu, do Val-das-Casas levo o meu lixo até um dos caixotes de lixo domésticos existentes na povoação e o reciclado para os ecopontos existentes ao pé da rotunda! O que leva uma pessoa da povoação a ir carregada com o lixo, não o deixar num caixote e ir espalhar pelas matas! Que as matas não estão limpas, nós sabemos, mas limpas do mato que cresce… não de lixo doméstico!!!! Haverá algum orgulho em acções destas? Sinceramente não entendo…. Já não basta o pessoal que passa na estrada da Ribeira e larga lá o entulho e outro tipo de lixos como carcaças de electrodomésticos, temos agora lixo doméstico em matas!!!????

Parte do texto que o Alexandre enviou:

“Hoje fui passear os cães até a Gandara e levei um cesto, não fosse aparecer um míscaro inocente e solitário, e não o pudesse trazer na minha companhia, (…). Outro acto de perfeito desrespeito pela Natureza, foi este monte de lixo que encontrei a beira da estrada, no fundo da Gandara, já quase a chegar a Bralhada... Deplorável...”

É este o futuro que queremos deixar para os nossos sucessores?

Sinceramente não entendo…

Um abraço,
JC

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Recordar é viver...

Meus amigos,

Hoje venho ao blog para vos falar de algo nostálgico, pelo menos na minha cabeça: o auge do tempo das motorizadas!!!

Como a maior parte de vocês sabem, o mundo das 2 rodas fascina-me! Esta paixão começou no tempo que quase todo S. Paio andava de motorizada.

A motorizada era o meio de transporte de eleição depois de ter retirado o lugar ás bicicletas (excepto o ti’Zé Neves que ainda agora aumenta o número de veículos na sua garagem com a aquisição de mais uma Yé-Yé). O pessoal ia de motorizada para todo o lado, quer para o trabalho, quer para as suas tarefas no campo. De manhã a romaria para a Estrela d’Alva era grande, à noite as romarias para os bailes não eram menores.

A motorizada era o sonho de qualquer miúdo. A indústria nacional deste tipo de veículos estavam nos seus anos de ouro e como tal, não faltavam modelos e motores novos, se bem que havia muitos que optavam por modelos feitos-à-peça! Peça daqui, peça dali…

Eu comecei pela motorizada do meu tio António “Carteiro”, uma fantástica Z2 que ainda hoje anda e deve ter para cima de uns 200000 kms. Era fácil, 2 velocidades, uma para baixo e outra para cima… não podia falhar! Durante alguns anos “vivi” no mundo das motorizadas à custa da bondade do meu tio Mário e de algum pessoal de S. Paio que me emprestavam os respectivos veículos. Mais tarde veio a minha Casal Boss 2V… um luxo!

Mas falemos do que era este mundo na década de 80 e 90. Estamos a falar de autênticas concentrações à porta do Café Craveiro e do Café Cruzeiro, quer à hora do meio-dia como ao final de tarde. Estamos a falar do mês de Agosto chegarem a arrancar 20 motorizadas para bailes. Estamos a falar de conversas e conversas sobre pistons, rectificações, qual a melhor mistura (se a do Arnaldo ou do Relvão, não esquecendo os Morgados…), etc… discutia-se picanços, faziam-se apostas, corridas e sei lá mais o quê! Havia para todos os gostos: macal, casal, zundapp, sachs.. Montagens AFS com motores zundapp ou sachs (sempre gostei das Formula 1, a do Zé Coelho com motor sachs e o que aquilo andava, e a do Abrantes, mais tarde do Eurico com o motor zundapp 5v). O meu primo Luís Mendes, com a sua mota singular, já umas bainhas a lembrar uma chopper… fazia sempre um cavalinho a entrar no Cruzeiro. Tínhamos o Américo Ferreira que depois de uma zundapp, comprou uma Sachs Fuego de 5v! Andava nas horas!!! O Jorge Pinto e a sua Casal RZ50… O Alceu com a sachs de 4v herdada do pai! Depois havia uma serie de Casal de 2v. Era a minha, a da minha prima Isabel, o Pedro, Zé Luís, o Bandeira (que tinha selector de velocidades no punho), e sei lá mais quem… naquele tempo não havia frio, chuva o que quer que fosse… sempre a motorizada! E tantas outras… Havia os irmãos “Carolinos”, os “Baltazar”… Por isso é que era fácil fazer quase uma concentração.

Hoje, já poucas se deixam ver. Lá passa o Jacinto com a caixa atrás (o seu porta-couves), o ti’Zé Sevilho com a sua Z2 (por falar nisso, vejam do que essa motorizada é capaz!) e, não esquecer o Paulito “das Moitas”, um puro!

A minha Casal Boss está para começar um processo de restauração pois também ela foi esquecida e por isso o aspecto não é o melhor. Mas vai ficar como nova!!

Uma grande motorizada foi também a Zundapp Z3. Havia a do meu primo João Paulo, o Jaime das Ermidas tinha também uma e acho que depois mais tarde veio a do nosso repórter de campo, Zé Alberto. A Diana já há uns tempos enviou-me um vídeo da net onde se vê uns jovens, como nós também fomos um dia que se juntam em redor destas máquinas e mantêm o culto por este tipo de veículos. VEJAM AQUI!

Deixo-vos com algumas fotos que tirei em Agosto pelas ruas de S. Paio. Peço desculpa por não ter pedido autorização aos donos mas penso que não haverá mal nesta publicação.

Voltarei com… qualquer coisa! Será sobre S. Paio, certamente!

Um abraço,
JC



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Fim-de-semana em S. Paio...

Meus amigos,

Hoje venho ao blog falar de um tema, que embora já não seja novo para quem habita em S. Paio, para mim começa a ser um pouco repetitivo…

Ora, como alguns de vocês saberão, eu este fim-de-semana estive em S. Paio. Passou um pouco despercebido, mas tal como é do meu feitio, sou um tipo discreto… nem ao magusto fui! Imperdoável!!!

Sexta-feira saí de Lisboa já um pouco tarde mas como também ninguém ia a correr atrás de mim, resolvi ir pela antiga EN1. Cheguei a S. Paio por volta das 00:15 já de sábado. Chovia umas pingas mas nada de especial… a noite não estava muito fria. Arrumar carro, abrir o contador da água e recolher-me em casa. Um golpe de sorte: nem há 5 minutos estava em casa e começa uma ventania e a chover a potes! Preparo-me para ir deitar e como tal, frases que ainda retenho da minha infância, chichi e cama! O autocolismo descarregou mas não encheu… hum, estranho…!? Abro a torneira e nada! Ele há coisas: lá fora chovia a potes e as torneiras secas! Pensei que talvez tivesse fechado o contador em vez de abrir, mas quase jurava que o tinha rodado para a esquerda… fui dormir!

De manhã levanto-me, e queria tomar banho… digo bem, queria! Mas, depois de confirmar que o contador estava aberto, as torneiras continuavam secas! Lavei-me com Água de Penacova. Tenho furo mas dava muito trabalho! Água de Penacova: para todas as ocasiões!

Esta conversa toda para quê? Para mais uma vez, e nos últimos tempos já é a 2ª vez que chego a S. Paio e não há água, vos dizer que a conduta principal que abastece a povoação rebentou! Desta vez foi logo a seguir à curva quando se passa ao ramal da Estrela d’Alva em direcção à Cruz do Soito.

Passei lá eram umas 10 horas e andava o pessoal da Câmara a remendar o tubo. Abre buraco, remenda e tapa buraco. Lá fica agora por uns tempos mais uma curva com terra e gravilha com fartura. Por isso, algum cuidado é necessário.

Quanto à conduta, será que um dia destes haverá verba para uma conduta nova que vá fazer ligação com a que já foi substituída? Não sei…

Eu ainda sou do tempo em que a estrada para o Val-das-Casas não era alcatroada. A conduta que levava a água desde da povoação até lá pouco mais era do que uma mangueira de rega (tanto em diâmetro como em resistência). Então era muito frequente ver na estrada de terra batida aparecer mais uma poça de água. Lá se remendava mais um furo. Parece que esses tempos não são tão longínquos assim….

Um abraço!
JC

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Convívio de Pesca Desportiva - Penacova

A pedido do Núcleo Sportinguista de Penacova aqui fica a divulgação do Convívio de Pesca Desportiva a realizar no dia 22/11/2009.
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Bom fim-de-semana!

Um abraço,
JC

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tradições Populares - Fazer o bagaço...

Meus amigos,

Depois de um post que nunca são agradáveis de fazer, cá voltamos nós para vos mostrar uma tarefa própria de quem vive no campo e que aproveita os recursos que a terra dá.

Então, depois da vindima e vinho tirado, há que aproveitar o engaço para se fazer a bagaceira, vulgar bagaço.

Hoje em dia, o mais fácil e mais comum é carregá-lo e levar ao lagar para aí se “queimar” (destilar). É mais rápido e fácil…

Lá por casa, temos um alambique que foi herança deixada pelo meu avô Francisco. Já tem uns anos pois já foi trazido do Vale-de-Açores, no tempo que os meus avós lá viviam. Isto é, pelo menos ali onde está hoje, já conta com 50 anos. Mas aquilo é como as motas BMW.. só depois dos 70000 é que estão no ponto! Por isso, o resultado ainda é de luxo.

Esta prática tão antiga é hoje em dia punível do ponto de vista legal, mas também o que se produz mal dá para o gasto, quanto mais para negócio… eh… eh…

Para quem nunca viu, um alambique basicamente aquilo tem uma base que é a parte da panela onde leva o engaço, depois tem a cabeça e a parte da serpentina que está dentro de um tanque de água fria.

Como se prepara isto tudo? Com uma grande trabalheira…! Ora bem, primeiro de tudo é preciso lavar e limpar muito bem a parte da panela. Como a panela, assim como o restante alambique são de cobre, um produto caríssimo e raro que se usa para arear o cobre é a borralha / cinza da lareira. Com um pouco de água dá um “Cilit Bang” do melhor. Panela, cabeça, tubagem toda lavada e passada por água limpa. Depois está na hora de carregar a panela. No fundo da panela deve-se colocar um pouco de água e palha para depois o engaço ao ser fervido não agarrar no fundo.

Coloca-se o engaço para dentro da panela, e estando esta cheia chegou a hora de começar a selar / vedar todo o mecanismo. Coloca-se a cabeça do alambique e as juntas vedam-se com um pouco de barro. Como estão a ver, tudo material caríssimo. Cinza, barro…

Vedado e tudo limpo da porcaria que fica do barro, está na hora de colocar lume por baixo da panela. O que basicamente acontece é que quando a panela levanta fervura, o vapor quente que sobe para a cabeça do alambique é depois conduzido pela tubagem da serpentina e quando entra na zona fria da mesma, o vapor sofre uma condensação dando origem a água(rdente)…

O lume não pode estar “muito vivo” ou então a caldeira ganha muita pressão e há muito vapor que se escapa… O lume tem de ser brando, tem de se ir vigiando pois a saída do alambique deve deitar sempre um “fio” fino e constante de famosa bagaceira!

Um trabalho que requer alguma paciência, muitas horas (depende do tamanho da panela). Tem-se de se ir controlando a “força” da bagaceira. Normalmente deita-se um pouco de bagaceira que está a sair para cima do lume para ver se ela ainda tem força para “atiçar” o lume.. a outra maneira é directa: prova-se!

Para matar um pouco o tempo de quem vigia o alambique, aproveita-se a fruta da época, os marmelos e metem-se uns a assar no lume.

Meus amigos, se disse alguma barbaridade ou se troquei aqui alguns nomes, as minhas desculpas… as correcções seguem-se de seguida e são bem-vindas!

Um abraço que me vou recolher!!! Voltarei talvez com um “recordar é viver…”.
JC
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