
Meus amigos,
Volto ao blog para continuar a saga “Recordar é viver”, com uma história curiosa, no mínimo!
Vou-vos falar da argola que se encontra chumbada na parede na casa do António Ferreira. Sempre conheci lá a argola, embora ela tenha sofrido uma mudança de localização quando a casa sofreu uma remodelação.
Temos de recuar no tempo! Como é do conhecimento de quase todos, o Ferreira é viúvo da Teresa Baltazar, pessoa que ainda conheci bem e ainda hoje me recordo do fatídico final de tarde / princípio de noite em que ela faleceu. Era uma pessoa sempre bem-disposta, muito trabalhadora e sempre pronta também para ir dar um pé de dança a um baile!
A casa habitada pelo casal, pertenceu em tempos a Alfredo Baltazar (pai da Teresa)! Já aqui voltamos…
Eu ainda me lembro do moleiro vir a casa! Primeiro o ti’ Olívio de Paredes, ao princípio com a sua Ford Transit (depois substituída por uma de caixa aberta com toldo), com a cabine forrada de calendários e páginas de revistas com mulheres nuas (que fazia a delícia de qualquer adolescente) e mais tarde o ti’ Joaquim da “Ponte da Mucela” com o seu cavalo! Tanto um como o outro, só tenho a dizer bem e sempre muito amigos lá de casa. O ti’ Olívio, infelizmente já faleceu há uns anos!
Muito antes destes, havia o ti’ António “Moleiro” que tinha a sua moenda na ponta do caneiro, na margem esquerda do rio Mondego do lado de São Paio, ao fundo do valeiro do Galinheiro.
Como é usual, sempre que alguém visita a casa de outro, nem que seja em trabalho, há sempre um copo de vinho para se oferecer! O Alfredo Baltazar assim o fazia também. Certa vez, enquanto foram à adega, que ficava numa daquelas portas por baixo da casa principal do Ferreira, o ti’ António Moleiro deixou o burro amarrado na rua, mais precisamente a umas videiras que existiam ao pé da casa. Por qualquer razão, o burro desandou e o resultado foi ter arrancado alguns pés de vinha!
Na vez seguinte que o Moleiro foi a casa do Alfredo Baltazar, encontrou uma argola em ferro chumbada na parede para que assim o animal pudesse ficar bem preso e sem perigo de estragar mais alguma coisa!
É esta a história da argola na parede da casa do Ferreira, que o próprio fez questão de a manter, mesmo tendo feito uma remodelação na casa!
Um abraço,
JC