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Mais
uma vez quis ficar com a recordação que tinha dela, aquela cara magrinha,
sempre de sorriso aberto, as rugas marcadas vincadamente num rosto bonito e que
parecia eterno. Não a quis ver sofrer, talvez por cobardia, talvez por medo,
talvez porque me impressionasse vê-la lá naquele quarto de hospital. Fui
perguntando notícias e as coisas que me diziam, foram-me preparando para este
desfecho. Deus assim quis…
Hoje
será o seu funeral pelas 17 horas, o seu corpo vai descer à terra no cemitério da terra que
sempre amou, que sempre trouxe no coração. Para mim, acho que apesar de todas
as maleitas que a apoquentaram nos últimos tempos, acabou por viver feliz. E
digo isto porque esteve sempre rodeada da sua querida família e sobretudo perto
daquela sua incansável neta Minda Ramos.
Tanta
vez que íamos em viagem e passava lá por casa para ir buscar a Minda e ela logo
aparecia e dizia: “Olhe que você vá
devagar, cuidado com a estrada!”. A sua preocupação não era eu como deveis
calcular, era a sua neta.
Tanta
vez, ficávamos até mais tarde no edifício da Junta a trabalhar, porque não
tínhamos empregados que fizessem o trabalho e a Ti Virgínia lá aparecia para
trazer uma sandes e um sumo para a neta, ou simplesmente vinha dizer com
naturalidade mas com preocupação: “Minda,
já chega por hoje, precisas de ir dormir, amanhã vais para Seia!”. Sempre
com aquele cuidado extremo.
Outras
vezes e porque sempre foi assim naquela casa, dormitava ela para um lado, o ti’Jaime
Baptista para outro…no fundo, quase tudo dormitava naquela sala à lareira, como
que esperando que todos chegassem a casa para então poderem dormir descansados.
A
mim dizia-me muitas vezes “Não se
preocupe tanto, olhe que nunca mais ninguém fará tanto como você já fez por
esta terra”… E sabem, isso dava-me força! O carinho e a ternura com que
dizia as coisas era emblemático, contudo também sabia ser a mestre da casa,
sendo que na maior parte das vezes, queria era que fosse possível todos serem
felizes.
Muitas
lágrimas vão correr, eu sei. Os corações vão entristecer e o luto será feito
naturalmente mas uma coisa vos digo: não sei porque às vezes é tão difícil
morrer, não sei porque é preciso sofrer tanto, não sei porque se tem que ser
não é logo, mas como é Deus que comanda a vida e a morte, que seja feita a sua
vontade sempre.
Até um dia minha amiga!
Catela
1 comentário:
Os meus sinceramos pêsames para toda a família.
António Costa
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