segunda-feira, 30 de julho de 2012

Trabalhos do campo...


Meus caros,

Antes do grande acontecimento do final desta semana, ainda vou a tempo de vos falar da malha do centeio/aveia.

Não vou trazer histórias do mangual, que muitas vezes são retratadas e trazidas até aos nossos dias através de Grupos Etnográficos e Culturais, a fazer lembrar tempos antigos (com o mangual, eu também não me lembro…), mas vou trazer fotos e um pequeno filme da malha do trigo já com uma máquina, igual a uma que o ti’Zé do Pátio trazia nesta altura a S. Paio. Era ele no meu tempo de adolescência que tinha uma alfaia destas e fazia as malhas na povoação. Podia lá andar um mês que tinha serviço para todos os dias… ou quase, vá!

Estas belas fotos e vídeo chegaram até mim pelo Zé Alberto que conseguiu captar este momento à entrada do Povo, quem vem do lado das Gandâras.

Vou relatar o que me lembro desta alfaia… a máquina chegava toda fechada! Escolhido o sítio junto aos molhos do centeio/aveia, calçava-se a máquina de modo a que ficasse na horizontal (sem inclinações laterais). Enterrava-se meia roda, mais um barrote do outro lado e assim, com a ajuda de um nível de bolha se estabilizava a alfaia.

Eram abertas as plataformas na dianteira da máquina, uma para servir de “chão” aos operadores, a outra servia de “mesa” de trabalho. Preparavam-se os sacos para depois recolher a semente, e na traseira da máquina alguém com uma forquilha pronta para começar a tirar a palha.

Duas pessoas para cima da máquina e cá em baixo alguém para chegar os molhos…

Tudo tinha uma técnica! Quem chegava os molhos à pessoa da máquina tinha o cuidado de passar os molhos com lado do atilho (ou seja, o lado do laço da correia que atava o molho) virado para cima e o topo do molho onde estavam as sementes virados para a frante, de modo que ao operador fosse só preciso desatar a correia e enfiar o molho com a para da semente a ir à frente para dentro da máquina. Tinha de ser tudo com uma certa ligeireza pois a máquina parecia uma esfomeada a “engolir” os molhos…

A palha saía pela traseira da máquina, aquilo tinha uns blocos de madeiras que se moviam alternadamente na vertical como se estivessem a pedalar… iam assim empurrando a palha para fora. No final, era engraçado observar a gata lá de casa! Não se esquecia ano após ano que por debaixo daqueles molhos de centeio e aveia, que estiveram alguns dias no mesmo sítio era comum aparecerem alguns ratitos da terra… a gata lá ficava pacientemente à espera por esse momento e era caçada certa!

A malha levantava um pó fino pelo ar próprio da palha. Mesmo com lenços atados na zona do nariz e boca, era comum andar um dia ou mais a soltar porcaria do nariz e garganta.

Estas fotos e vídeo fazem-me recordar muitos e bons tempos de adolescência. Recordar os campos que os meus avós cultivavam, a Gandâra cultivada, quando se ia recolher os molhos ao campo, etc., etc….

Estas fotos são da malha pertencente à Adélia e à Fernanda Pinto. Muito obrigado por nos fazerem recordar tempos bons… VEJAM AQUI O VIDEO!

Ao nosso repórter… obrigado e espero que estejas recuperado para sexta!

Até breve,
JC




terça-feira, 24 de julho de 2012

ERMIDAS 2012 - EU VOU!!!!


Meus amigos,

Cá vamos nós para mais uma contagem decrescente até ao primeiro fim-de-semana de Agosto… 

A Festa das Ermidas mais uma vez está à porta e por isso, é favor de deixar entrar e nela se envolverem e participar. 

Os tempos estão difíceis, a situação de muita gente não é a melhor mas esta é uma boa altura para deixar esses pensamentos um pouco de lado e se divertirem um pouco ou participar nos momentos mais solenes que fazem parte destes festejos. 


A devoção em torno dos nossos Padroeiros é, e sempre foi, um estado de espírito marcante nas pessoas que nos visitam nesses dias.

A Festa das Ermidas também apresenta um formato diferente. No ano passado, a Festa começou na 4ª feira anterior. Só à noite, com o bar aberto (entenda-se, a funcionar…) e alguma música ambiente. Este ano, a Festa irá fazer o seu arranque a todo o gás na sexta-feira! E vai ser mesmo a todo o gás uma vez que vai ser a Festa da Juventude. Com uma banda que tocam basicamente covers de bandas famosas de várias épocas, mais virados para a “rockalhada” (e perdoem-me se estou enganado...).

O programa promete, com o os H2O, o regresso dos GOMAPE, BANDA CHICLETE (que não são para mascar e deitar fora...) e depois do animado futebol e tradicional sardinhada, LILIANA & AZEVEDO!

O Domingo será o momento alto, com a realização da Procissão que como habitual sairá da Igreja Matriz até à Capela das Ermidas. 

Faremos tudo para que sejam dias de grande convívio e dedicação a uma festa com tradição, a qual dispõe de um local majestoso que é o arraial das Ermidas. Um local de referência no Concelho!

Todos juntos, faremos uma GRANDE FESTA! E esperemos que S. Pedro também não falhe...

Lá estaremos e contamos com a presença de todos… e mais alguns! Visitem a nossa aldeia!

Um abraço,
JC

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Desporto na Aldeia...


Meus amigos,

Antes de vos mostrar e falar sobre a Festa das Ermidas que aproxima (já falta menos que 15 dias), vou-vos mostrar uma nova actividade colectiva que há em S. Paio…

O meu primo António, mais conhecido por António do Cruzeiro, sempre foi uma pessoa que se preza pela condição física. Há muitos anos que é habitual o verem a dar a sua corridinha ou a pedalar. É de minha recordação quando a estrada do Covelo abriu, ele fazer essa “chouriça”: S. Paio, Covelo, Venda da Serra, Moita, Catraia e S. Paio….

Talvez cansado de ir sozinho ou de ver as pessoas a ficarem um pouco sedentárias, começou a organizar umas voltas matinais ao Domingo…

Eu este fim-de-semana estive em S. Paio, e como é habitual, pela manhã costumo ir dar uma volta pela aldeia ou pelo campo. O meu primo Zé no sábado perguntou se eu queria ir pedalar no domingo e combinamos às 7:45 (depois de um dia de sábado valente, nada com fazer uma depuração…). Estávamos para arrancar e ele contou-me destes passeios e que iríamos juntarmo-nos a eles.  Ponto de encontro o Café Cruzeiro! À nossa chegada já o António, o Diamantino e o Bento lá estavam… Arrancámos e lá fomos nós! O trajecto, embora seja extenso para as pernas é de dificuldade variável. S.Paio, Estrela d’Alva, Catraia, Poços , S. Martinho, Paradela, Hombres, S.Pedro d’Alva e S. Paio. Parece longo? Há alternativas como eu fiz ontem que devido a compromissos, encurtei um pouco. Vim direito ao Cavaleiro, e atravessei para S. Pedro d’Alva.

É uma forma diferente de começar um domingo.  Muito bom…

Para quem tiver receio e quiser ver o ritmo da pedalada, dê uma espreitadela neste VIDEO!

Quem se quiser juntar, perguntem mais pormenores ao António do Café Cruzeiro!

Até amanhã que vem aí o tema da Festa! No Facebook já faz furor!
JC

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Os dias de calor voltaram…mas não as noites!


Meus amigos, 

Parece que o verão voltou a dar um sorriso, num ano que vai completamente atípico a nível de clima. Calor na época da chuva, chuva na época do calor, a espera de noites quentes que há anos tardam a chegar…

Ainda este fim-de-semana falava com um primo por afinidade das noites de verão em que se dormia de portas e janelas abertas, era um calor insuportável, andávamos noite após noite de baile em baile, de motorizada e de manga curta… Onde estão essas noites? Noites que passávamos na esplanada do Café Cruzeiro (por vezes até de manhã…), ninguém queria ir para casa pois sabia que estava mais quente lá do que na rua, noites que chegamos a ir tomar banho ao Barreiro… Ainda no sábado sei de quem acendeu a lareira pois estava “desconfortável”… As noites estão assim! Durante o dia, o calor aperta… A diferença de temperatura (a amplitude) dia-noite ronda os 15ºC. Depois anda tudo constipado…

Por vezes, com a situação nacional, falamos dos tempos em que amanhavam terrenos com de tudo um pouco. Grandes searas e os campos de milho faziam parte da paisagem das nossas Gândaras, mas mesmo que hoje se quisesse voltar a esse tempo, não sei se o clima o permitia… está tudo de pernas para o ar…
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Por isso, aproveitando algum calor que durante o dia aparece, vamos até à Quinta do  Barreiro… umas banhocas e mergulhos na água da Barragem! É um pouco mais quente do que se fosse um rio corrente, como é o caso do Alva e dá sempre para refrescar à sobra dos eucaliptos. A água está quase na sua cota máxima o que faz com que se perca pé rapidamente. Há um pouco de declive ao início, depois estabiliza durante uns metros…

Ontem de manhã, este cantinho bem acessível por S. Paio, estava assim… Zé, como sempre, estás em grande!


Um abraço,
JC

sexta-feira, 13 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

CONFRARIA Nª. SENHORA DAS NEVES E DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO


Meus amigos,

No domingo, dia 08 de Julho de 2012 a Irmandade de S. Paio de Mondego, reuniu nas Ermidas com o intuito de festejar mais um aniversário. Este ano com um sabor especial, porque faz cem anos que os Estatutos desta Irmandade foram reformulados, o que fez com que se unissem as Confrarias N. Senhora das Neves, da Capela das Ermidas e a Confraria do Santíssimo Sacramento, da Igreja Matriz. Da junção destas duas Confrarias, nasceu a actual – Confraria Nossa Senhora das Neves e do Santíssimo Sacramento que apesar de tudo e dos tempos que correm ainda possui bastantes elementos activos.

A Celebração da Palavra foi às 09 horas e o almoço decorreu nas Ermidas, tendo começado cerca das 13,30 e contado com a presença do Sr. Padre Manuel Simões, pároco da Freguesia. O almoço foi mais uma vez confecionado na cozinha da escola primária, tendo sido feito uma sopa de grão-de-bico e um arroz de feijão, acompanhado de grelhados. A Emília do “Val-de-Açores” ofereceu uma fornada de broa e cada um que quis, trouxe o famoso garrafão de vinho de casa. Depois do almoço foram ditas algumas palavras de conveniência e de incentivo pelo Catela e pelo Sr. Padre. Falou-se dos tempos difíceis que se estão a atravessar, das dificuldades que todos estamos a sentir nos tempos que correm, da desertificação das nossas aldeias, da falta de valores, dos problemas vocacionais no mundo atual e da Igreja… Enfim, problemas que a todos nós dizem respeito mas de que ninguém fala.

De seguida cantaram-se os parabéns à Irmandade e partiu-se o bolo de aniversário. Assim decorreu mais uma comemoração de um aniversário, tendo existido alguma falta de aderência que foi notada por todos, sendo que nos presentes, se notava um sorriso largo no rosto de felicidade, por mais um aniversário. Logo a seguir veio a lavagem da loiça, onde todos puderam dar uma mãozinha, arrumar todas as coisas porque a tarde já ia longa e havia que receber um passeio de carros antigos que estavam a chegar às Ermidas, onde debaixo daquelas maravilhosas sombras das nossas árvores, iriam partilhar os farnéis que haviam trazido de casa.

Uma terra que continua pequenina em vias de agregação, mas que mesmo assim teve dois eventos no mesmo dia. Depois deste saudável convívio todos regressaram as suas casas porque no dia a seguir era dia de trabalho. 

Até para o ano!


Volto brevemente,
JC