quarta-feira, 26 de outubro de 2011

1º Passeio Equestre - S. Paio


Meus amigos,

Prometi voltar na sexta-feira passada com este assunto mas falhei… como as notas de 500€ falham na carteira!

Vamos lá então: no passado dia 16 de Outubro, enquanto o Zé Manaia festejava o seu aniversário, outro evento tinha lugar em São Paio. Realizou-se o 1º Passeio Equestre. Organizado pelo Sérgio Duarte (o Sérgito!), este evento contou com 9 equinos.

Acompanhados dos seus donos, percorreram os caminhos da freguesia, passando também por São Pedro d’Alva.

Este tipo de animais foi usado unicamente como meio de transporte durante muitos anos. Hoje em dia há uma grande tendência para serem utilizados em actividades de lazer, desporto e até para algumas terapias.

Este passeio terminou com um almoço na Ferrugem!

Por certo, uma actividade a repetir! Obrigado, Diana! Sérgio, és grande! 


Um abraço,
JC

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

NÃO LEMBRAVA AO DIABO...


...ver o pessoal da minha aldeia a varejar azeitona, a apanhá-la dos panais a “rapigar” cada galho, com mais ou menos 30º de temperatura. Com um sol escaldante que faz com que se escolha a melhor hora para ir apanhar azeitona, assim como muitos fazem na praia para não se queimarem em demasia…assim também aqui pela aldeia, anda tudo de mangas arregaçadas a apanhar azeitona.

O mundo está louco, os Deuses devem estar loucos, para que isto aconteça. Ainda recordo que há poucos anos, escolhia-se precisamente a altura de mais sol para se ir apanhar azeitona. Esperava-se que o sol derretesse alguma geada, espalhava-se os panais debaixo da oliveira e assim se começava o trabalho… Que raio se passa para agora ser quase preciso levar chapéu-de-sol para apanhar azeitona?

Como estão a mudar os tempos! Que mal fizemos a este planeta para estarmos a trocar isto tudo? Será que ainda vamos a tempo de mudar isto? Será que ainda vamos a tempo de alterar estas coisas que estão a acontecer? Será que nós próprios queremos? Será que os homens vão acabar por ceder e mudar de atitude?

Não sei dar a resposta a estas perguntas mas sei que a minha aldeia está estranha, as pessoas estão estranhas e o mundo parece-nos cada vez pior, sem capacidade para se renovar. É a crise, é o tempo, são os acontecimentos estranhos que a cada dia que passa mais acontecem. Muito sinceramente, é caso para começar a olhar para tudo isto com imensa preocupação. Não por nós que já pouco tempo cá andaremos, mas pelos outros que ainda agora estão a dar os primeiros passos e por todos os outros que estarão a caminho. Uma coisa vos digo, senão fizermos nada, tudo o que criamos e inventamos, pode entrar em colapso de vez!
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Um texto do Catela para reflectir...! A foto foi tirada no sábado e como podem ver, tempo limpo (e quente) e a azeitona já preta. Tive pena não tirar fotos a quem já andava a apanhar nela. Acho que hoje já começa a ficar mais fresquinho.

Próximo tema: 1º Passeio Equestre! Lá para sexta... 

Abraço,
JC 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fim-de-semana na aldeia...

                                          
Meus amigos,

Volto ao blog para falar de mais um fim-de-semana em S. Paio, onde tudo acontece! Não é por falta de movimento que esta terra há-de cair no esquecimento.

Desde apanhar azeitona com 30ºC (sobre isto será o próximo texto…), mais um aniversário nas Ermidas, o 1º passeio equestre da freguesia e as nuvens de poeira da estrada da Abelheira à passagem de camiões “tijoladinhos” de madeira, esta aldeia não pára!

Mas vamos ao princípio…! Chegado a S. Paio já o dia de sábado tinha amanhecido há umas 6 horas atrás, por todo o lado se via pessoal em cima das escadas pelo meio das oliveiras. Os panais estendidos no chão, uns a varejar, outros a rapigar e vi já alguém a erguê-la… A vida no campo não pára! Quem curou as oliveiras há pouco tempo (como é o caso lá de casa), a azeitona ainda está um pouco atrasada.

Sábado pouco mais tem para contar, a não ser para quem foi até Laborins ver a Carla Duarte e os GOMAPE MUSIC!

Domingo, um dia cheio de actividade! Logo pela fresquinha (9h), celebração da Eucaristia e pelo que eu soube, S. Paio vai ficar com este horário. Quinzenalmente, o senhor Padre vem celebrar a Missa (nos outros haverá só celebração da Palavra). A seguir, já havia alguma agitação pelas Ermidas pois o “nosso” Zé “sportinguista” Manaia celebrou 60 anos de idade! Fê-lo no meio de amigos e família e assim se assaram 2 pernis! Eu pessoalmente gostei de ver uma foto do Zé do tempo da tropa, que decorava o seu bolo de aniversário. Parabéns, Manaia! Tens tudo para celebrar outros 60!

Ao mesmo tempo, realizou-se o 1º Encontro Equestre de S. Paio. A este assunto ainda volto esta semana.

Como estão a ver, na aldeia, monotonia é uma cena que não lhe assiste!

Até breve,
JC

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vandalismo nas Ermidas...



Meus amigos,

Hoje venho ao blog para vos mostrar algo que já não é inédito pelas nossas bandas, mas é a primeira vez que vejo neste local...

O arraial das Ermidas foi vandalizado... por javalis! Não sei quantos foram, nem sei se as câmaras de segurança (?!) captaram alguma coisa. Ficou só um rasto de "patadas" e focinhos gravados na terra. 


O alvo preferencial destes animais foi a relva, talvez devido a esta estar molhada e fresca, fruto da rega automática... Sim, pelo tempo que tem feito, não era com toda a certeza da chuva!


Mais uma vez, e à semelhança do que acontece nos campos de milho, não é o que o animal come, mas o que estraga. E está à vista o trabalhinho que ele fez...

O jardineiro tem ali trabalho para fazer e a sorte é que a época da chuva vem aí (será?) o que poderá facilitar o trabalho de recuperação do relvado! 

Obrigado repórter, que andas atento!

Um abraço,
JC

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A MINHA ALDEIA...


A noite tinha chegado de mansinho à minha aldeia e a prova disso, é que as lâmpadas da iluminação pública estavam a começar a acender. Uma aqui, outra ali, uma de cor branca, outra, topo de gama de cor alaranjada e que dizem, consome menos energia e que é obrigatório por lei serem colocadas em substituição das mais antigas. O certo é que a minha aldeia, com estas lâmpadas, parece que está a preparar-se para a chegada do Pai Natal e fica linda. Quase nem me apetece meter uma cunha, “porque isto de EDP, ou outra empresa pública” só com cunhas é que se lá vai.

Mas isto tudo para dizer, que do jardim de minha casa, a aldeia parece um presépio, apesar de eu saber que os figurantes não são os mesmos e estão em muito menor número. Se quisermos mesmo ver, os efeitos da chamada crise do FMI, temos que visitar uma aldeia destas. A crise tornou estas aldeias desertas, as pessoas ficam por casa à espera de um novo dia e que uma nova esperança renasça em cada sono dormido.

Senão fosse a labuta que vai começar perto das seis da manhã, que vai levar as pessoas para os campos para aquela agricultura de subsistência, esta aldeia, bem que parecia as antigas cidades do Oeste Americano, quando as minas de ouro se esgotavam e tudo se mudava para outros locais, atrás do “bendito metal precioso”. Mas aqui não é a América e ainda tudo se preocupa com as batatas, mesmo que depois elas fiquem cheias de borboleta, aqui ainda se preocupam com as videiras, porque estão carregadas de cachos e podem estragar-se com o vento e as chuvas, aqui ainda se preocupam com as oliveiras que irão dar mais ou menos azeite, aqui ainda se preocupam com os pássaros que andam a dar cabo das cerejas e de outros frutos.

A minha aldeia está perdida pelo envelhecimento, pelas crianças que deixaram de nos mostrar o seu sorriso, pelo abandono em busca de melhor vida que está a acontecer a todo e qualquer jovem que aqui nasceu, inclusive, por aqueles que foram estudar para as Universidades e que não pensam em voltar, mas que, vão aproveitando e vão dizendo aos papás, para não deixarem morrer as nossas aldeias. Depois de pensar mais um bocado neste dia, em que me apeteceu pisar a relva do suor de uma vida ainda por viver, acabei por descobrir, que afinal isto não é assim tão interior, ou então é o mar, que ao contrário do que dizem se está a afastar.

Na minha aldeia, a gente de fibra está a desaparecer com a idade alcançada, que faz perder essa atitude a uns tantos e amolece outros e eu, vejo esse tempo que agora é deles a aproximar-se tão depressa e, sem nada poder fazer, enfio-me na casa, procuro o meu canto onde vou escrevendo o que sinto… simplesmente esperando e acreditando que a minha aldeia, um dia, possa voltar a renascer para a vida.
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AC